Quinta-feira, 06 de dezembro de 2012.
Enfoque nas bolsas de valores de quarta-feira:
- O Ibovespa subiu 0,2%, para 57.678 pontos. O giro financeiro do pregão foi de R$ 6,76 bilhões. Pela manhã, o índice chegou a subir quase 1%, depois que comentários do novo líder chinês na véspera reacenderam as esperanças de novos estímulos no país. No entanto, mais tarde, a bolsa virou com o peso das preocupações com o abismo fiscal dos EUA e as ações do setor elétrico. Na véspera, o governo informou que a conta de luz dos brasileiros deve ficar 16,7% mais barata no ano que vem, inferior aos 20,2% médios prometidos pela presidente Dilma Rousseff no dia 7 de setembro, uma vez que as empresas Cesp (São Paulo), Cemig (Minas Gerais) e Copel (Paraná) decidiram não aceitar as condições do governo federal para participar do plano de barateamento de energia. Fonte: REUTERS
Notícias relevantes dessa quinta-feira:
- O governo lançou novas medidas para conter o fraco desempenho do PIB no ano e ampliou em R$ 100 bilhões a linha de crédito para estímulo ao investimento do BNDES. A ação ainda baixa para 5% ao ano a Taxa de Juros de Longo Prazo, usada como referência em empréstimos pela instituição. Os recursos serão liberados pelo Programa de Sustentação do Investimento (PSI), criado em 2009 por causa da crise internacional. Dos R$ 100 bilhões do PSI, R$ 85 bilhões virão do orçamento do BNDES. Os R$ 15 bilhões restantes serão de depósitos compulsórios dos bancos privados no Banco Central. O governo espera elevar em 8% os investimentos, após cinco trimestres de queda. Na prática, os empréstimos do PSI vão oferecer juros "negativos", abaixo da inflação. No primeiro semestre, o financiamento custará até 3% ao ano, indo para 3,5% em julho. O índice vale para compra de bens de capital, além de peças e componentes. Para empreendimentos de energia elétrica e prevenção de desastres naturais, a taxa será de 5,5%. Hoje, a menor taxa do PSI é de 2,5%, valor definido em agosto pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Porém, esse patamar tem impedido que pequenas empresas usufruíssem do programa, pois os bancos lucram pouco com as operações e tendem a não emprestar, segundo o presidente do BNDES, Luciano Coutinho. Daí a decisão do governo de elevar um pouco os juros, para ampliar os beneficiados. Fonte: O Estado de S. Paulo
- A presidente Dilma Rousseff criticou a "insensibilidade" das empresas que não aceitaram renovar contratos de concessão de energia elétrica e disse que buscará o "máximo esforço" para reduzir as tarifas aos 20% pretendidos pelo governo, usando recursos do Tesouro, se preciso. Ela falou um dia depois de os governos de SP, MG e PR, do PSDB, desistirem da renovação. O diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Nelson Hubner, também jogou a responsabilidade para os Estados. Para ele, os governos estaduais teriam que cortar o ICMS de energia para ajudar a baixar o preço da eletricidade para os consumidores. "É fácil falar que o Tesouro Nacional deve assumir mais encargos, mas a iniciativa também devem partir dos Estados." Fonte: O Estado de S. Paulo
- Preocupado com o baixo nível dos investimentos produtivos, o governo publicou no Diário Oficial da União de ontem decreto que ameniza as regras para taxação do capital estrangeiro que aporta no Brasil. A partir de agora, somente os empréstimos externos com vencimento inferior a um ano terão de pagar 6% de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Antes, essa alíquota alcançava operações de até dois anos de prazo. A mudança no IOF estimula empresas a contratarem em outros países financiamentos, que, em geral, são mais baratos do que os concedidos aqui. Com isso, o Planalto espera reverter o quadro de inanição em que se encontra a taxa de investimento no Brasil, em queda há cinco trimestres consecutivos, no mais longo período de baixa em 20 anos. Ao estimular a entrada de dinheiro externo, o ministro espera também atacar outro problema: a alta da inflação. É consenso na equipe econômica que o dólar mais fraco prejudica a competitividade do setor produtivo brasileiro. Fonte: Correio Braziliense
- O fraco desempenho da economia no terceiro trimestre e a queda das vendas de veículos em novembro, de 8,74% ante outubro, acendeu a luz vermelha das fabricantes e do governo. As duas partes vão se reunir nos próximos dias para avaliar a manutenção do corte do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), previsto para acabar dia 31. Segundo fontes do setor, o governo está propenso a manter o benefício, ainda que enfrente pressão de Estados e municípios que perderam parte do repasse desse imposto. No curtíssimo prazo, o governo também tenta garantir vendas robustas neste mês, para evitar vexame ainda maior no resultado do PIB. Analistas já preveem crescimento abaixo de 1,2% para o ano. O plano anunciado ontem pelo Banco do Brasil, de carência de seis meses para início do pagamento das prestações do carro, faz parte da série de medidas de curto prazo que devem ser adotadas em vários setores. Fonte: O Estado de S. Paulo
- O Banco do Brasil anunciou ontem ter atingido a marca histórica de R$ 100 bilhões em sua carteira de agronegócio. As operações do banco representam mais de 60% da demanda de crédito da cadeia produtiva do setor. Para a safra 2012/2013, o BB desembolsou R$ 27 bilhões entre julho e novembro deste ano, o que representa 49% dos R$ 55 bilhões previstos. Os desembolsos deste ano são 25% superiores ao volume de recursos disponibilizados no mesmo período de 2011. Segundo o BB, R$ 21,4 bilhões foram aplicados na agricultura empresarial. A instituição é o principal agente financeiro do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), sendo responsável por cerca de 70% do total dos recursos envolvidos. Fonte: Correio Braziliense
- A presidente Dilma Rousseff lança hoje o pacote de portos, parte do Programa de Investimentos em Logística. Este vai prever investimentos de cerca de R$ 60 bilhões só para portos, boa parte até 2014. O pacote visa a melhorar a eficiência e reduzir custos dos portos. Segundo interlocutores do Planalto, a fim de baratear as tarifas para os usuários, o governo decidiu licitar os contratos de 74 terminais privados assinados antes da Lei dos Portos, de 1993. O critério da nova seleção dos operadores será a menor tarifa cobrada dos usuários, mas haverá exigências mínimas de volume de operação. Segundo fontes do governo federal, a presidente desistiu de fazer mudanças significativas nas companhias Docas, que têm problemas de gestão e financeiros, por avaliar que não há espaço político para retirar poder dos governadores em meio à disputa sobre royalties e guerra fiscal. Fonte: O Globo
Analista acadêmico: Fênix Felipe de Mendonça
Coordenador: Prof. Dr. Sinézio Fernandes Maia
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