quarta-feira, 22 de julho de 2020

Segundo Aswath Damodaran "não somos tão racionais ou facilmente classificáveis em termos de comportamento diante do risco"; assim, a tentativa de definir risco e mensurar a aversão ao risco demandam diversas metodologias e estratégias. A não unanimidade acerca de uma definição para o termo "risco" exige diversas tratativas, entre elas o cálculo da probabilidade de ocorrência de determinados resultados em relação a um valor médio esperado. Remonta a Frank Knight (1921) e a John Keynes (1921) as principais contribuições formais na direção da objetividade sobre uma variável passível de ser medida.  
Assim, neste trabalho admite-se, de maneira inicial, o risco sendo representado pela medida estatística do desvio padrão. Por definição, uma medida usual é o cálculo do Beta;  separa-se o risco total de qualquer ativo em risco sistemático (inerente a todos os ativos negociados no mercado, determinado por eventos de natureza política, econômica e social) e risco não sistemático (identificado nas características do próprio ativo).
O Modelo usualmente utilizado é o modelo CAPM e, neste caso, o risco sistemático é expresso  pelo coeficiente beta. Ou seja, o coeficiente beta representa o risco inerente ao mercado, medido em relação ao risco da carteira de mercado (índice Ibovespa). Uma das formas de calcular o beta é pela divisão entre a covariância dos retornos de um ativo e os retornos do índice de mercado pela variância do retorno do índice de mercado.
Além de indicar o risco de um ativo em relação ao risco de mercado, o beta também indica o nível do retorno de um ativo em relação ao retorno de mercado (seguindo o princípio de que quanto maior for o risco, maior será o retorno. Dessa forma, um beta igual a 1 indica risco (e retorno) iguais aos do mercado, enquanto que um beta superior a 1 indica risco (e retorno) superior ao do mercado e vice versa. 
A Célula de Gestão de Risco analisa o beta das 25 empresas que compõe o monitor de preços dos cinco setores (básico, consumo, energia, transportes e telecomunicações e imobiliário) semanalmente. Os ativos de empresas que com coeficiente beta entre 0,9 e 1,10 são compradas na segunda-feira e vendidas na sexta-feira. Na semana seguinte, o beta é recalculado e a carteira é reposicionada, com a rentabilidade da semana anterior sendo acumulada.
carteira beta da semana 29 é composta apenas pela CSAN3, atingindo retorno semanal positivo de 11,68%. Considerando o resultado anual, a carteira acumula retorno de 24,22% em 2020 (vide gráfico acumulado).  A seguir, são apresentados os gráficos que ilustram o comportamento do Beta Mercado dos diversos setores da Bolsa de Valores de São Paulo. 
Esta é a forma que encontramos de contribuir com o monitoramento de risco dos setores da B3. 

Luiz Fernando Oliveira do Nascimento
Analista Acadêmico da Sala de Ações


Prof. Dr. Sinézio Fernandes Maia
Coordenador do Projeto Sala de Ações UFPB








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