Carteira Fundamentalista - Sala Benjamin Graham
A principal meta da equipe da Sala Benjamin Graham é conduzir uma análise fundamentalista das empresas listadas na B3, realizando estudos e monitoramento detalhados e realizando avaliações semanais alinhadas aos princípios do 'Investidor Inteligente'. Além disso, a equipe visa analisar a relação entre as notícias relacionadas às empresas e ao setor em comparação com o desempenho dos ativos e as flutuações no volume de negociações. Outro objetivo do monitoramento é comparar as rentabilidades dos diferentes setores com o benchmark (Ibovespa). Essa análise é segmentada em cinco setores distintos: Energia, Imobiliário, Transporte/Telecom, Básico e Consumo.
Setor de Energia
Do Setor de Energia tivemos uma performance semanal de 1,00%, rendimento menor ao comparar com o rendimento de 1,82% da semana passada, porém próximo a semana 32 com 0,60%. Ainda assim, manteve sua performance maior que o Ibovespa (0,91%).
Todas as ações do setor apresentaram desempenho positivo, exceto a Engie (-0,39%), Energisa (-2,66%) e Eneva (-0,07%), esses dois últimos foram destaques positivos na semana anterior (com 4,44% e 2,28%, respectivamente). Dos destaques positivos temos a Taesa com 3,28% semanal, a Cemig com 10,50% de destaque mensal e a Cemig como anual, apresentando 35,90% (como na semana anterior).
Nesta semana as empresas das cinco selecionadas pela equipe responsável obtiveram os seguintes resultados: Trams Paulista (TRPL4) com 1,42%, Cemig (CMIG4) com 3,27%, Engie (EGIE3) com -0,39%, Taesa (TAEE11) com 3,28% e CPFL Energia (CPFE3) com 0,72%.
As notícias mais relevantes são:
A Cemig continuou subindo durante a semana 34, em razão da divulgação de pagamento de dividendos, considerado pelo mercado extraordinário. Além disso, notícias sobre a federalização da empresa também foram pautas, principalmente no evento promovido pelo BTG Pactual, entretanto transformou a empresa em corporação, tornando uma empresa sem controlador definido.
Por fim, os retornos positivos ainda estão em parte sendo influenciados pelos bons resultados que as empresas vieram apresentando, na contramão do que o mercado esperava.
No cenário anual, as cinco empresas selecionadas seguindo os princípios do "Investidor Inteligente" de Benjamin Graham, apresentam desempenhos predominantemente negativos, porém como uma leve recuperação, como mostra a seguir: TRPL4 (-5,58%), CMIG4 (35,90%), EGIE3 (1,50%), TAEE11 (-6,54%) e CPFE3 (-12,59%).
Setor Imobiliário
Com o Setor Imobiliário temos um sinal de recuperação nas 3 áreas: semanal, mensal e anual. Obtivemos um rendimento semanal positivo de 2,98%, maior que o anterior com 1,82% e superando o resultado de duas semanas atrás (2,43%), e acima do Ibovespa (0,91%).
Todas as companhias do setor apresentaram retorno positivo (segunda semana consecutiva após 4 semanas com todas negativas), com destaque para Ez tec com 5,94% e Cyrela com 5,57%.
Analisando as cinco empresas escolhidas pela equipe, nota-se desempenhos semanais acima do resultado anterior: Cyrela (CYRE3) com 5,57%, Allos (ALOS3) com 2,50%, CCR (CCRO3) com 1,12%, Multiplan (MULT3) com 1,18% e EZTEC (EZTC3) com 5,94%.
Nas notícias relevantes desta semana, temos:
A empresa Allos está otimista com as sinergias resultantes da fusão entre Aliansce Sonae e brMalls, estimando capturar R$210 milhões até o final de 2028. O CEO Rafael Sales afirmou que a empresa espera alcançar 80% dessa meta até o próximo ano. A companhia está focada em construir um portfólio de shoppings "relevantes" e também planeja desinvestimentos estratégicos. Com uma taxa de ocupação de 96% em junho, a Allos espera aumentar gradualmente os alugueis, impulsionada pelo crescimento acima da inflação. A empresa mais que dobrou seu lucro líquido no segundo trimestre, alcançando R$326,1 milhões. Analistas do BTG Pactual destacaram o sólido desempenho da Allos e seu potencial para aumentar os alugueis, reciclar ativos, pagar dividendos e recomprar ações, oferecendo um retorno atraente aos investidores. As ações da empresa subiram 2%, para R$23,8, segundo a revista eletrônica Reuters.
Em relação ao rendimento anual, todas estão com desempenho negativo. Entretanto a MRV (MRVE3) e a Ez Tec se destacam respectivamente, -32,77% e -23,58%.
Transporte e Telecom
O Setor de Transporte e Telecom apresentou resultado semanal de 4,12%, surpreendente ao comparar os últimos resultados (-0,87% e 1,10%).
Todas as suas empresas obtiveram retorno semanal positivo, exceto a Tim com -0,22%. Vale ressaltar ainda o retorno semanal da CVC Brasil com 20,42%, o maior das empresas estudadas no setor. Das cinco empresas escolhidas pela equipe responsável do setor, estas apresentam os seguintes retornos semanais: RUMO (RAIL3) com 1,29%, Vivo (VIVT3) com 0,73%, Totvs (TOTS3) com 5,18%, Weg (WEGE3) com 0,34% e a Localiza (RENT3) com 2,58%.
Nas notícias relevantes desta semana, temos:
A CVC anuncia aquisição de participação acionária pela WNT, e essa participação adquirida não tem o objetivo de alterar a composição do controle ou a estrutura administrativa da companhia, bem como não há acordo ou contrato regulando o exercício do direito de voto ou a compra e venda de valores mobiliários de emissão da companhia por parte dos referidos fundos, exceto pelo manual de exercício de direito de voto da WNT.
O conselho de administração da WEG (WEGE3) informou aos seus acionistas e ao mercado que aprovou duas operações de financiamento e de crédito no exterior, conforme documento apresentado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) nesta terça-feira (20). Em primeiro lugar, na ata de reunião, o conselho concedeu autorização para que a sua controlada, a WEG México, contratasse uma linha de financiamento no valor de US$ 30 milhões (aproximadamente R$164,4 milhões) pelo prazo total de até um ano. Na sequência da ata, membros do conselho também aprovaram por unanimidade que as controladas sul-africanas (WEG Africa Proprietary Limited, WEG Group Africa Proprietary Limited e subsidiárias) acessem uma operação de crédito.No caso, o valor da linha de crédito em rand sul-africano é 1.200.000.000,00 (aproximadamente R$ 368,9 milhões), tendo um prazo de operação indeterminado. Além de conquistar o primeiro lugar no Prêmio Broadcast Empresas 2024, promovido pela Agência Estado em colaboração com a Escola de Economia de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas (FGV EESP). A companhia superou mais de 200 empresas negociadas na B3, a Bolsa de Valores brasileira, sendo reconhecida como a que mais gerou valor para seus acionistas. Além de liderar o ranking geral, a WEG também foi premiada nas categorias especiais “Sustentabilidade” e “Novo Mercado”.
A Embraer anunciou a venda de 8 jatos para a Virgin Australia, uma companhia aérea australiana, fundada em 1999. O modelo desenvolvido pela Embraer irá complementar a frota de jatos da companhia, substituindo os modelos Fokker que estão atualmente em serviço.
No acumulado anual até a semana 34, as cinco empresas escolhidas apresentam os seguintes desempenhos: RAIL3 (2,40%), VIVT3 (-1,61%), TOTS3 (-7,84%), WEGE3 (44,76%) e RENT3 (-31,15%). Em todas as semanas de 2024, apenas a Weg, Rumo, Tim e Embraer apresentaram retorno positivo no ano, tendo a Embraer um retorno surpreendente de 101,12%. Cenário totalmente diferente, em que só a Weg e Embraer haviam tido retorno anual positivo até então (33 semanas).
Setor Básico
O Setor Básico fechou a semana com um desempenho de 2,31%, terceira semana consecutiva no positivo, após as últimas semanas apresentarem resultados negativos. As companhias do setor apresentaram retorno predominantemente positivo, com destaque positivo para a CSN com 10,55% e negativo para a Petrobras com -5,22%.
E analisando de forma mais específica as cinco empresas escolhidas pela equipe responsável do setor básico, temos os seguintes resultados: Suzano (SUZB3) com 3,07%, Vibra (VBBR3) com -2,23%, Klabin (KLBN11) com 5,43%, CSN Mineração (CMIN3) com 10,55% e Gerdau Metalúrgica (GOAU4) com 4,87%.
Nas notícias relevantes desta semana, temos:
Nesta semana, a Suzano anunciou que sua subsidiária, Suzano International, vai realizar a emissão de títulos de dívida no mercado internacional, com um valor total de até 20 bilhões de renminbi, o que corresponde a aproximadamente US$2,8 bilhões. A primeira emissão deste programa foi prevista para arrecadar 1,2 bilhão de renminbi (cerca de US$167,90 milhões), com um prazo de até três anos. De acordo com a empresa, os recursos obtidos serão inteiramente direcionados para o desenvolvimento de plantações de eucalipto no Brasil.
A Metalúrgica Gerdau confirmou a distribuição de R$82,6 milhões em dividendos, o equivalente a R$0,08 por ação, com pagamento nesta quarta-feira, 21 de agosto. As ações passaram a ser negociadas ex-direitos desde o dia 8 de agosto. A companhia anunciou a criação de um programa de recompra de até 33,0 milhões de ações preferenciais (PN), ou 5% do total em circulação.
A Vibra anunciou na noite de quarta-feira que fechou um acordo para antecipar o direito de compra da fatia remanescente de 50% da elétrica Comerc, em conjunto com a Perfin Infra e outros acionistas da Comerc, no valor de 3,52 bilhões de reais. Em teleconferências para comentar o negócio, o CEO da Vibra, Ernesto Pousada, afirmou que a decisão foi tomada nesse momento para afastar o risco de que os demais acionistas da Comerc exercessem a "put option", a qualquer momento, entre 2026 e 2028, em condições eventualmente menos vantajosas para a Vibra.
No acumulado anual até a semana 34, o setor básico apresentam os seguintes resultados: Suzano (SUZB3) com 0,81%, Vibra (VBBR3) com 11,82%, Klabin (KLBN11) 9,60%, CSN Mineração (CMIN3) com -37,69% e Gerdau Metalúrgica (GOAU4) com -2,85%.
Setor de Consumo
O Setor obteve um retorno semanal positivo de 4,98%. O setor todo apresentou a maioria dos resultados negativos e analisando as ações escolhidas pelos responsáveis do setor, percebe-se que estas obtiveram os seguintes retornos semanais: SLC Agrícola (SLCE3) com 0,51%, Fleury (FLRY3) com 1,40%, Hypera (HYPE3) com -0,45%, Minerva (BEEF3) com 4,03% e Arezzo (ARZZ3) com -1,65%.
Nas notícias relevantes desta semana, temos:
Petz e Cobasi Comércio de Produtos Básicos e Industrializados S.A celebraram o Acordo de Associação e Outras Avenças (“Acordo de Associação”), por meio do qual foram estabelecidos os termos e as condições para a implementação da combinação de seus negócios (“Operação”). A Operação resultará em uma melhora substancial da experiência ao integrar as melhores práticas da Petz e da Cobasi. Antecipa-se que a Companhia Combinada terá um ganho de escala através da criação de uma plataforma pet nacional, com proposta de valor única ao cliente, representando R$ 6,9 bilhões de receita líquida e R$ 464 milhões de EBITDA e oferecendo mais de 20 marcas próprias de higiene, alimentação e lifestyle animal.
Com relação às Casas Bahia (BHIA3), sua sede localizada no bairro de Pinheiros, em São Paulo (SP) foi alvo de um mandado de busca e apreensão nesta quinta-feira (22) na parte da manhã. As buscas foram autorizadas pela juíza Cintia Adas Abib, da 3ª Vara Cível do Foro de São Caetano do Sul. As ações das varejistas (BHIA3) e da (MGLU3) despontaram entre as maiores altas do mercado brasileiro nesta segunda-feira (19). Por volta das 13h42 os papeis BHIA3 disparavam quase 12%, a R$5,65, entrando em leilão hoje por oscilação máxima permitida. As ações fecharam em alta de 15,61%, a R$5,85. O desempenho forte dos papeis ocorreu após a divulgação da carta semestral da Squadra Investimentos, no último domingo (18). No relatório, a gestora informou que encerrou a posição “short” (vendida) em alguns ativos de varejo, incluindo Casas Bahia e Magazine Luiza.
A despeito da Marfrig (MRFG3) a alavancagem consolidada encerrou um ano de baixa do ciclo de seu principal mercado, EUA, em 3,07x dívida líquida/ebitda (considerando os ativos da venda de ativos para Minerva). Isso reduziu o receio do mercado de como ficaria a estrutura de capital da empresa nesse ano desafiador. A companhia se mostrou muito otimista com a BRF (BRFS3), com preço do milho ajudando nos custos e melhorias operacionais que seguirão ocorrendo. Esperam até pagamento de dividendos ao longo do ano (boa parte iria para a holding).
Até a semana 34, as empresas selecionadas apresentaram os seguintes resultados: SLCE3 (-5,47%), FLRY3 (-11,59%), HYPE3 (-13,71%), BEEF3 (3,75%) e ARZZ3 (-22,13%). Até o momento, as companhias selecionadas apresentam predominantemente um desempenho anual negativo, exceto pela BR Foods, JBS SA, Marfrig, Minerva, Rede Dor e Petz.
IBOVESPA
Analisando o comportamento do Ibovespa na semana 34, temos:
Há 6 dias atrás o Ibovespa registrou uma nova máxima histórica e fechou a sessão aos 136.087,41 pontos (+0,23%), o maior nível de fechamento. Já o dólar à vista (USBRL) terminou o dia a R$ 5,4831 (+1,31%). Após o índice fechar pela 3° vez consecutiva em alta, caiu mais de 2 mil pontos em relação à véspera em dia agitado no Brasil e no exterior. No país, o mercado reagiu às falas do diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, que o BC não hesitaria em elevar os juros, se necessário. Além disso, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que acredita que o presidente Lula já tem o nome do futuro presidente do BC “em mente”. No exterior, o destaque foi a divulgação de dados semanais do mercado de trabalho e de atividade econômica nos Estados Unidos, que reforçaram as apostas de cortes de 25 pontos-base, o levaria os juros norte-americanos ao intervalo de 5,00% a 5,25% ao ano, pelo Fed em setembro. Com isso o dólar aumentou em 1,98%, fechando em 5,59. No dia 23, o dólar caiu para 5,47, o Ibovespa voltou a subir e saiu notícias das Americanas que caiu quase 30%.
Daiana Lima de Aguiar - Assessora Acadêmica da Sala de Ações
Prof. Dr. Sinézio Fernandes Maia - Coordenador da Sala de Ações
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