domingo, 26 de maio de 2024


 A principal meta da equipe da Sala Benjamin Graham é conduzir uma análise fundamentalista das empresas listadas na B3, realizando estudos e monitoramento detalhados, e realizando avaliações semanais alinhadas aos princípios do 'Investidor Inteligente'. Além disso, a equipe visa analisar a relação entre as notícias relacionadas às empresas e ao setor em comparação com o desempenho dos ativos e as flutuações no volume de negociações. Outro objetivo do monitoramento é comparar as rentabilidades dos diferentes setores com o benchmark (Ibovespa). Essa análise é segmentada em cinco setores distintos: Energia, Imobiliário, Transporte/Telecom, Básico e Consumo. 


Setor de Energia encerrou a semana no negativo, com o resultado de -1,32% em seu retorno. No recorte semanal destaca-se a CPFL Energia (CPFE3) que apresentou um retorno de 1,61% no período, resultado possivelmente impulsionado pelo anúncio do pagamento de R$3,1 bilhões em dividendos, destacamos também a ISA Cteep (TRPL4) com retorno de 2,52%, possivelmente impulsionado pela captação de recursos no valor de R$1 bilhão através de emissão de debêntures.


Setor Imobiliário registrou uma retração de 4,05% na semana 21. Essa queda está ligada ao cenário macroeconômico, marcado por pessimismo e incerteza em relação às taxas de juros nos Estados Unidos. Especificamente para o setor imobiliário, as taxas de juros americanas impactam os juros de longo prazo no Brasil, que são essenciais para o setor devido ao trabalho com financiamentos e empréstimos. Consequentemente, essas informações geram uma aversão ao risco entre os investidores.


Setor de Transporte e Telecomunicação teve uma performance semanal negativa de 3,38%. Entre os principais destaques, a Totvs (TOTS3) registrou uma rentabilidade de 2,88%, seguida pela CVC Brasil (CVCB3) com um retorno semanal de 1,99%. Em contrapartida, as ações com os piores resultados foram as da Locaweb (LWSA3), com uma queda de 11,45%, e as da Localiza (RENT3), que recuaram 5,58%. Não houve notícias específicas que justificassem os movimentos dessas ações na semana 21.


Setor Básico, assim como os demais setores do Ibovespa, também registrou queda, com uma performance semanal de -3,07%. Muitas empresas apresentaram retorno negativo na semana 21, destacando-se 3R Petroleum (RRRP3) com -11,33%, Petro Rio (PRIO3) com -7,59% e Gerdau (GGBR4) com -5,63%. Entre as principais notícias do setor, a petrolífera PetroReconcavo (RECV3) anunciou na terça-feira que planeja emitir R$ 1,1 bilhão em debêntures incentivadas em sua primeira emissão, com os recursos destinados a projetos internos. Já a Petrobras (PETR3 e PETR4) confirmou nesta sexta-feira Magda Chambriard como sua nova presidente.




Setor de Consumo apresentou uma queda de 2,45% nesta semana (21) em relação à semana passada. O destaque positivo foi a ação da Yduqs (YDUQ4), que teve um retorno de 6,67%. Esse desempenho positivo pode ser atribuído ao guidance da companhia para os próximos cinco anos, prevendo um fluxo de caixa operacional acumulado entre R$ 8 bilhões e R$ 10 bilhões entre 2025 e 2029, o que animou os investidores. Por outro lado, a Minerva (BEEF3) registrou o pior retorno do setor, com uma queda de 9,03%. O preço da BEEF3 caiu após a interferência do órgão antitruste do Governo Uruguaio nas operações de compra de plantas da Marfrig, desanimando os investidores, pois a aquisição traria mudanças significativas para o futuro da empresa na América do Sul.

Resumo da B3 na Semana 21

O Ibovespa encontra-se em queda, obtendo um retorno semanal negativo de -2,67%, mensal de -0,95% e em queda em relação ao dia 29/12/23, com um rendimento de -7,05%. O Ibovespa encerrou a semana em queda devido a fatores internos e externos. No cenário doméstico, as declarações do presidente do Banco Central do Brasil, Roberto Campos Neto, não agradaram os investidores. Campos Neto alertou sobre a possível alta da inflação no país, decorrente do aumento dos preços dos alimentos devido às enchentes no Rio Grande do Sul. No cenário externo, a incerteza em relação às taxas de juros e à inflação nos Estados Unidos também influenciou negativamente a bolsa brasileira.

Cecília Santos - Assessora Acadêmica da Sala de Ações

Prof. Dr. Sinézio Fernandes Maia - Coordenador da Sala de Ações



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