O relatório, intitulado de radar macroeconômico, é a ferramenta utilizada pelo projeto Sala de Ações – UFPB para investigar a existência de correlação entre as notícias relacionadas a conjuntura macroeconômica nacional e internacional e o desempenho das bolsas no mundo. Para isso, é analisado os principais índices do continente americano, europeu e asiático: Ibovespa, Dow Jones, DAX, FTSE 100 e SSEC. Além disso, é feito também a análise do fechamento do Ibovespa e volume financeiro observado na bolsa de valores de São Paulo, com o intuito de averiguar o comportamento dos investidores.
Na segunda-feira, o Ibovespa fechou em alta de 1,94%, com os investidores observando a inflação e à espera da direção da política monetária na quarta-feira feira, quando o COPOM anunciaria a Selic. Todavia, as notícias que remetem a boas esperanças em relação a vacina contra a COVID-19 da Pfizer e BioNTech podem explicar o bom humor no mercado. Para além do Ibovespa, o sentimento, somado a recuperação das ações de tecnologia, se estendeu para o Dow Jones, que cresceu 1,18%. Na Europa, a cautela em relação ao Brexit e à condução da política monetária sobrepôs o ânimo gerado pelas boas notícias da vacina e, com isso, DAX e FTSE 100 fecharam em queda. No continente asiático, o crescimento industrial e das vendas de varejo na China, além do regulador de títulos aprovar a primeira série de fundos negociado em bolsa de valores, esteve relacionado com ganhos do índice SSEC.
No pregão da terça-feira, o Ibovespa recuou, após um novo embate entre o PR. Jair Bolsonaro e a equipe econômica ganhar destaque, com o chefe do executivo sugerindo expulsão de integrantes da equipe econômica e se pronunciar contra programa Renda Brasil. Em Wall Street, o Dow Jones fechou próximo da estabilidade, mesmo após índice Empire States de atividade industrial apontar crescimento. Os dados econômicos positivos estiveram relacionados com o crescimento dos índices DAX e FTSE 100, embora tenha permanecido o Brexit no radar. Na China, com os dados econômicos positivos e a notícia de boas esperanças quanto a vacina da Covid-19 no radar, o SSEC fechou em alta.
Na quarta-feira, seguindo a cautela de olho na Selic que viria a ser anunciada após fechamento do mercado e o enfraquecimento da equipe econômica parece ter ajudado o Ibovespa de forma negativa, visto que o índice fechou em queda. Nos EUA, apesar das ações de tecnologias voltarem a recuar, o Dow Jones fechou em alta, após o FED prosseguir com a taxa de juros de referência entre 0% e 0,25%. Na Europa, DAX obteve ganhos em dia de anúncio da direção da política monetária nos EUA. No entanto, FTSE 100 recuou, impulsionada pelas exportadoras, frente a valorização da libra após Boris Johnson ter um tom mais conciliador no Brexit. Enquanto isso, o SSEC fechou pregão em queda, impulsionado pelo setor de saúde, após especialistas estarem preocupados em relação aos remédios contra a COVID-19.
No dia 17/09, o Ibovespa fechou em alta, após BCB tomar a atitude que o mercado esperava, manter a Selic em 2% a.a.. No Dow Jones, o índice acumulou perdas no dia, com prosseguimento de recuo das ações de tecnologia, desaceleração da recuperação do mercado de trabalho e Jerome Powell discursar sobre incertezas da recuperação da economia dos EUA. No continente europeu, OMS indica taxas alarmantes de COVID-19 e bolsas europeias caem. Na China, SSEC recua com parte dos investidores demandando liquidez nos mercados e reagindo negativamente às decisões do FED e BoJ.
Por fim, no último pregão da semana, o Ibovespa recua em meio a anúncio de alta do desemprego para 14,7%, segundo o IBGE, e com França se opondo ao acordo da União Europeia e Mercosul devido a questões ambientais. Dow Jones estende perda, impulsionado em mais um pregão pela queda das ações de tecnologia. Na Europa, preocupação com o número de novos casos da Covid-19 permanece e, além disso, 9 Banco Central inglês manteve inalterada a taxa de juros de referência. Com isso, os índices DAX e FTSE 100 fecharam em queda. Na Ásia, SSEC fechou o pregão em alta liderado pelo setor financeiro diante de expectativas de novas medidas para impulsionar a economia, além do iuan forte, que ajudou a atrair fluxo estrangeiro.
Na semana 38, o Ibovespa acumulou perda de 1,97%, saindo de 100.274 pontos para 98.289 pontos. Enquanto isso, o volume financeiro se manteve no intervalo de R$ 22,589 bilhões e R$ 20,505 bilhões, atingindo o seu máximo na sexta-feira e o mínimo na quinta-feira. Ademais, apenas o SSEC não acumula perdas no ano de 2020.










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