quinta-feira, 27 de agosto de 2020

A Sala de Ações, em suas análises de riscos, elaborou uma carteira de monitamento de um dos indicadores de riscos usualmente utilizado pelo mercado; o Beta Mercado. Este indicador, derivado da teoria moderna da carteira está baseado no Modelo de Precipitação de Ativos (CAPM), inicialmente proposto por SHARPE. O monitoramento da carteira de Beta Mercado está construído a partir dos ativos selecionados na carteira fundamentalista com base nos filtros de Benjamin Graham. Salienta-se que o exercício é puramente acadêmico e tem como prerrogativa principal a aferição do analista acadêmico a partir dos testes metodológicos adotados. 

A ideia de risco está associada à probabilidade de ocorrência de determinados resultados em relação a um valor médio esperado. Ou seja, o risco pode ser definido como uma medida da variação dos retornos de um ativo. De maneira geral, o risco é representado pela medida estatística do desvio padrão. Podemos separar o risco total de qualquer ativo em risco sistemático(inerente a todos os ativos negociados no mercado, determinado por eventos de natureza política, econômica e social) e risco não sistemático (identificado nas características do próprio ativo).

No modelo CAPM, o risco sistemático é expresso  pelo coeficiente beta. Ou seja, o coeficiente beta representa o risco inerente ao mercado, medido em relação ao risco da carteira de mercado (índice Ibovespa). Uma das formas de calcular o beta é pela divisão entre a covariância dos retornos de um ativo e os retornos do índice de mercado pela variância do retorno do índice de mercado:


Beta = [ (Covariância Retorno Ativo(i); Retorno Mercado) / Variância Retorno Mercado]


Além de indicar o risco de um ativo em relação ao risco de mercado, o beta também indica o nível do retorno de um ativo em relação ao retorno de mercado (seguindo o princípio de que quanto maior for o risco, maior será o retorno. Dessa forma, um beta igual a 1 indica risco (e retorno) iguais aos do mercado, enquanto que um beta superior a 1 indica risco (e retorno) superior ao do mercado e vice versa. 


A Célula de Gestão de Risco analisa o beta das 25 empresas que compõe o monitor de preços dos cinco setores (básico, consumo, energia, transportes e telecomunicações e imobiliário) semanalmente. Os ativos de empresas que com coeficiente beta entre 0,9 e 1,10 são compradas na segunda-feira e vendidas na sexta-feira. Na semana seguinte, o beta é recalculado e a carteira é reposicionada, com a rentabilidade da semana anterior sendo acumulada. A carteira beta da semana 34 é composta pelos ativos SBSP3UGPA3, CCRO3 e RENT3. Dos ativos selecionados, a UGPA3 obteve o melhor desempenho semanal, com ganhos de 13,46%, enquanto a SBSP3 obteve o pior desempenho com -4,81%. A carteira beta obteve retorno semanal positivo de 3,63%. Considerando o resultado anual, a carteira acumula retorno de 32,18% em 2020. A seguir, são apresentados os gráficos de desempenho semanal e acumulado da carteira beta ao longo de 2020, bem como a evolução do coeficiente beta dos ativos que compõem a carteira na semana 34.


Luiz Fernando Oliveira do Nascimento
Analista Acadêmico da Sala de Ações


Prof. Dr. Sinézio Fernandes Maia
Coordenador do Projeto Sala de Ações UFPB











0 comments:

Postar um comentário

Agradecemos seu comentário.