Boletim FOCUS / Expectativas
- Expectativas Macroeconômicas
- por: Júlia Lemos - Assessora Acadêmica SA
A Sala de Ações, em sua Célula de Macroeconomia da Sala Milton Friedman, tem como propósito semanal um monitoramento do relatório de expectativas divulgado pelo Banco Central do Brasil; o Boletim Focus. Semanalmente acompanhamos os números e procuramos elaborar uma discussão em torno dos principais sinais deixados pela economistas que contribuem para a feitura do Boletim. Nossa missão é conectar as informações de expectativas com nossa carteira teórica construída, monitorada e divulgada, também semanalmente.
O relatório Focus, derivado de uma pesquisa com aproximadamente 120 especialistas do Departamento de Relacionamento com Investidores e Estudos Especiais (Gerin) de diversos bancos, corretoras e outras entidades financeiras, divulga as projeções do mercado para índices de inflação, atividade econômica, taxa de câmbio, taxa básica de juros (Selic) e outros indicadores. A análise da performance do mercado de ações foca em sete indicadores: PIB, IPCA, IGP-M, Meta da taxa Selic, Dívida Líquida do Setor Público, Balança Comercial e Taxa de Câmbio. À medida que o ano se aproxima do fim, as previsões dos especialistas costumam se estabilizar.
O Índice Geral de Preços de Mercado (IGP-M), elaborado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), representa a inflação com base na oferta e monitora variações nos preços de atacado, varejo e construção civil (com participações de 60%, 30% e 10%, respectivamente). A mediana das expectativas para 2024, após registrar queda por onze semanas seguidas, permanece estável por duas semanas seguidas, com projeção de encerrar o ano em 2,00%.
O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), calculado pelo IBGE e considerado a referência oficial de inflação no país, teve uma queda nas expectativas para 2024, passando de 3,76% para 3,71%. Dito isso, o IPCA avalia a variação dos preços para o consumidor final, representando a inflação para famílias com renda mensal entre 1 e 40 salários mínimos.
A projeção de crescimento do PIB brasileiro para o final do ano apresentou um aumento, alcançando 1,95%, frente aos 1,90% da semana anterior. Esse comportamento do mercado pode ser atribuído ao ciclo de redução da Selic e à condução da Política Monetária, além do cenário positivista para novos investimentos na Indústria Brasileira, mais especificamente no setor de energia. Sendo assim, o PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos pelo país em um ano.
A taxa de câmbio indica o valor de uma moeda estrangeira em relação à moeda nacional. Outrossim, influenciada pela taxa de câmbio, a balança comercial reflete o saldo entre exportações e importações do país. As expectativas para a taxa de câmbio real/dólar para o fim do ano teve uma elevação e está em R$4,97, isso pode ser imputado ao aumento das tensões no oriente médio e a mudança da meta fiscal brasileira, a projeção é de déficit zero para o ano de 2025, em meio a esse cenário negativo o mercado respondeu negativamente e o Ibovespa fechou em queda na semana. Enquanto as projeções para a balança comercial foram revisadas negativamente, apresentando queda, de US$ 80,50 bilhões para US$ 79,75 bilhões.
Em suma, a expectativa mediana dos especialistas para a taxa Selic no final de 2024 permanece em 9,00%, marcando 16 semanas consecutivas nesse patamar. A Selic é a taxa de juros básica da economia brasileira, usada no mercado interbancário para financiamento de operações de curto prazo e serve como referência para outras taxas de juros. Sendo a principal ferramenta do Banco Central para controlar a inflação. Atualmente, a Selic está em 10,75%, após seis reduções consecutivas, tal medida visa impulsionar a economia, estimulando o consumo e os investimentos no país.
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