Um dos grandes
desafios do analista financeiro e do assessor de investimentos, segundo
Benjamin Graham, é a identificação do risco de um ativo, de uma carteira e,
sobretudo de uma economia. Para isso, foi criado o monitor de acompanhamento da
volatilidade, da Sala de Ações, centrada nos ativos selecionados, segundo o
critério do Investidor Inteligente da nossa carteira fundamentalista. O método
de escolha dos 5 principais ativos de cada setor foi definido rigorosamente
pelos filtros de Graham. A partir dos ativos, uma seleção de literatura
tratando de riscos, foi selecionada, para corroborar a formação de uma
carteira, a partir da moderna teoria da carteira.
O risco é comumente
associado a probabilidade de perdas, segundo Jorion (2003), “o risco pode ser
definido como a volatilidade de resultados inesperados, normalmente relacionada
ao valor de ativos ou passivos de interesse". Ou melhor, esse componente
equivale a distribuição dos resultados inesperados proveniente de alterações
nos valores das variáveis que modelam o mercado. Desse modo, é importante ressaltar que tantos
os desvios negativos como os desvios positivos, devem ser encarados como
risco.
Os retornos dos
ativos são calculados considerando uma periocidade diária pelo uso do retorno
logarítmico, dado a hipótese de que eles assumem uma distribuição normal e
possuem média igual a zero (Hull, 2017).
O risco pode ser mensurado a partir do cálculo da volatilidade, que por
ser prevista por meio de diversos modelos. Para Gabe e Portugal (2004), os
modelos que estimam a volatilidade normalmente apresentam resultados
divergentes. No entanto, em mercados pouco turbulentos, as diferenças entre as
várias formas de previsões são comparativamente menores.
Estatisticamente, a volatilidade é obtida por meio do desvio-padrão de uma série de retornos. O cerne do conceito por trás da mesma, é que ela mede o risco de um ativo a partir da dispersão dos seus resultados ao redor de um valor esperado, ou seja, é uma medida de dispersão futura dos preços dos ativos financeiros. O instrumento de cálculo da volatilidade é o desvio-padrão, uma medida estatística que representa o quão uma série está dispersa em relação à sua média, podendo ser definido como:
Sigma = Raiz Quadrada [ SOMA(Quadrado do Retorno do Ativo em relação à sua média)/n-1]
O desvio-padrão
(Sigma), da forma em que é calculado acima, representa a volatilidade histórica
diária para um certo período de tempo t. Para obtenção do resultado anualizado,
multiplica-se o valor da equação acima pela raiz de 252 (quantidade de dias
úteis no ano). Dessa forma, considera-se a estimação do desvio-padrão de seus
retornos, a maneira mais simples de se calcular a volatilidade de um ativo, e a
utilizada como premissa base para a formação da carteira de volatilidade da
Sala de Ações. A volatilidade histórica
atribui pesos iguais para todas as observações da amostra, isso faz com que o
número muito elevado de observações, diminua o impacto dos dados mais recentes
e mais relevantes para estimação da volatilidade. Para contornar tal problema,
utiliza-se médias móveis com janelas de 30, 60 e 252 dias.
A Célula de Gestão de Risco analisa a volatilidade das 25 empresas que compõe semanalmente o monitor de preços dos cinco setores, sendo eles; básico, consumo, energia, imobiliário, transporte e telecomunicação). Para formação da carteira são selecionados os ativos de maior volatilidade, sendo comprados na segunda-feira e vendidos na sexta-feira. Isto posto, a carteira será composta exclusivamente por cinco ativos com a maior volatilidade semanal, sendo um ativo de cada setor. Na semana seguinte, a volatilidade é recalculada e a carteira é reposicionada, com a rentabilidade da semana anterior sendo acumulada.
Referências:
JORION, Philippe. Value at Risk: A
nova fonte de referência para a gestão do risco financeiro. 2ª ed. Rev. e
ampl.. São Paulo: Bolsa de Mercadorias e Futuros, 2003.
HULL, John C. Opções, Futuros e
outros Derivativos. 9ª Ed. São Paulo: Bolsa de Mercadorias e Futuros, 2017.
GABE, J.; PORTUGAL, M. S.
Volatilidade implícita versus volatilidade estatística: um exercício utilizando
opções e ações da Telemar S.A. Revista Brasileira de Finanças, v. 2, n.1, p.
47-73, 2004.
Analista Acadêmico:
Jessica Evelin Silva Damacena
Coordenador do
Projeto: Prof. Dr. Sinézio Fernandes Maia
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