O relatório Focus, elaborado a partir de uma pesquisa de expectativas com cerca de 120 profissionais do Departamento de Relacionamento com Investidores e Estudos Especiais (Gerin) provenientes de bancos, corretoras e outras instituições financeiras, apresenta o levantamento das expectativas do mercado apresentando as previsões para os índices de preços, atividade econômica, câmbio, taxa Selic, entre outros indicadores. A análise da sala de ações é centrada em sete indicadores: PIB, IPCA, IGP-M, Meta da taxa Selic, Dívida Líquida do Setor Público, Balança Comercial e a Taxa de Câmbio. Com a proximidade do fim do ano, as expectativas dos agentes tendem a se manterem estáveis
Publicado no dia 27 de julho, o relatório mais recente das expectativas de mercado reduziu a projeção do Índice de Preços ao consumidor Amplo (IPCA) de 1,72% para 1,67%. Esta foi a primeira queda na projeção após seis semanas seguidas de aumentos e estabilidades nas expectativas para o índice. Calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o IPCA mede a variação de preços de mercado para o consumidor final, captando a inflação para famílias com renda média mensal entre 1 e 40 salários mínimos. O IPCA também é considerado o índice oficial da inflação no Brasil.
No dia 30 de julho foi divulgado o resultado do Índice Geral de Preços de Mercado (IGP-M) para o mês. O índice, calculado pela FGV, avançou 2,23% em julho, acumulando alta de 6,71% no ano e de 9,27% nos últimos 12 meses. O IGP-M reflete a inflação pelo lado da oferta, captando variações nos preços de atacado, preços ao consumidor e preços da construção civil (com pesos respectivos de, 60%, 30% e 10%).
Os três componentes do IGP-M avançaram no mês de julho, com o índice do atacado sendo impactado pela alta no preço de commodities, em especial minério de ferro, soja e bovinos. O aumento no preço da gasolina impactou o IGP-M de julho nos preços ao consumidor. A projeção do IGP-M para 2020 permaneceu se elevou de 6,70% para 7,96%, a maior expectativa para este indicador registrada até o momento .
Determinada pelo Comitê de Política Monetária (Copom), a Taxa Selic é considerada a taxa de juros básica da economia brasileira, por ser utilizada no mercado interbancário para financiamento de operações com duração diária, além de servir de referência para as demais taxas de juros da economia.
A expectativa dos analistas de mercado, permaneceu estável, indicando que a Selic pode sofrer novos cortes, encerrando o ano em 2,00%, renovando o patamar mais baixo da série histórica, atualmente 2,25% a.a.
A taxa de câmbio é um fator importante por afetar diretamente as exportações e importações do país. A expectativa da taxa de câmbio para o fim do ano permaneceu estável em R$ 5,20.
A expectativa de crescimento da economia brasileira se elevou pela quarta semana consecutiva, de -5,95% para -5,77%, a melhor projeção em 10 semanas. O crescimento da economia é medido pelo aumento do Produto Interno Bruto (PIB), que corresponde à soma de todos os bens produzidos pelo país.
A balança comercial é a expressão do saldo das exportações subtraindo as importações do país, indicando uma situação de déficit ou superávit do comércio brasileiro. A previsão do resultado da balança comercial se elevou US$ 55,15 bilhões para US$ 55 bilhões, a primeira queda após quatro semanas consecutivas de alta..
A Dívida Líquida do Setor Público (DLSP) é colocada no boletim como porcentagem do PIB e expressa a diferença entre a dívida pública bruta e os créditos não-financeiros do setor público e do Banco Central. A projeção do mercado financeiro indica que a dívida líquida do setor público deve encerrar 2020 em 67,40%, uma redução de 0,10 p.p. em relação à semana anterior.
Luiz Fernando Oliveira do Nascimento
Analista Acadêmico da Sala de Ações
Prof. Dr. Sinézio Fernandes Maia
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