O relatório Focus, elaborado a partir de uma pesquisa de expectativas com cerca de 120 profissionais do Departamento de Relacionamento com Investidores e Estudos Especiais (Gerin) provenientes de bancos, corretoras e outras instituições financeiras, apresenta o levantamento das expectativas do mercado apresentando as previsões para os índices de preços, atividade econômica, câmbio, taxa Selic, entre outros indicadores. A análise da Sala de Ações é centrada em sete indicadores: PIB, IPCA, IGP-M, Meta da taxa Selic, Dívida Líquida do Setor Público, Balança Comercial e a Taxa de Câmbio.
Publicado no dia 29 de junho de 2020, o relatório semanal das expectativas de mercado elevou a expectativa do Índice de Preços ao consumidor Amplo (IPCA) pela terceira semana consecutiva, passando de 1,61% para 1,63%. O IPCA capta a inflação para famílias com renda média mensal entre 1 e 40 salários mínimos, sendo considerado o índice oficial da inflação no Brasil. O índice é calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e mede a variação de preços de mercado para o consumidor final.
A inflação pelo lado da oferta é refletida pelo Índice Geral de Preços de Mercado (IGP-M), calculado pela FGV. Este índice capta variações nos preços de atacado, preços ao consumidor e preços da construção civil (com pesos respectivos de, 60%, 30% e 10%). O IGP-M engloba desde matérias-primas agrícolas e industriais até bens e serviços finais. A expectativa para o IGP-M se elevou pela quinta semana, de 5,52% para 5,63%.
O resultado o IGP-M do mês de junho de 2020 foi divulgado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) divulgou no último dia 29. O indicador avançou 1,59% no último mês, acumulando uma alta de 4,39% no ano e de 7,31% nos últimos 12 meses.
A taxa Selic é determinada pelo Comitê de política monetária (Copom) do Banco Central, é utilizada no mercado interbancário para financiamento de operações com duração diária e serve de referência para as demais taxas de juros da economia. Atualmente, a Selic encontra-se no patamar de 2,25% a.a., valor mais baixo da série histórica. A expectativa dos analistas de mercado é que a Selic sofra novos cortes, devendo encerrar o ano em 2,00%.
A taxa de câmbio é um fator importante por afetar diretamente as exportações e importações do país. A expectativa da taxa de câmbio para o fim do ano permaneceu estável em R$ 5,20.
A expectativa de crescimento da economia brasileira voltou a cair, passando de -6,50% para -6,54%. O crescimento da economia é medido pelo aumento do Produto Interno Bruto (PIB), que corresponde à soma de todos os bens produzidos pelo país.
A balança comercial é a expressão do saldo das exportações subtraindo as importações do país, indicando uma situação de déficit ou superávit do comércio brasileiro. A previsão do resultado da balança comercial se elevou de US$ 52,50 bilhões para US$ 53,00 bilhões.
Por fim, a Dívida Líquida do Setor Público (DLSP) é colocada no boletim como porcentagem do PIB e expressa a diferença entre a dívida pública bruta e os créditos não-financeiros do setor público e do Banco Central. A projeção mediana dos economistas do mercado financeiro para a dívida líquida do setor público se elevou de 66,20% para 66,25%.
O Secretário Especial de Fazenda do Ministério da Economia, Waldery Rodrigues, informou no dia 02 de julho que o déficit primário pode alcançar R$ 828 bilhões ou 12% do Produto Interno Bruto (PIB). Este resultado considera o cenário projetado pelo Boletim Focus de uma queda de 6,5% do PIB em 2020. O cálculo também já considera a prorrogação por mais dois meses do auxílio emergencial. Os gastos totais com o programa em cinco meses deverão alcançar R$ 254 bilhões, valor duas vezes maior que o déficit inicialmente estimado para 2020, de R$ 124,1 bilhões.
Luiz Fernando Oliveira do Nascimento
Analista Acadêmico da Sala de Ações
Prof. Dr. Sinézio Fernandes Maia
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