domingo, 5 de julho de 2020

A Carteira P-VPA, também denominada de Carteira Alavancagem da Sala de Ações, representa a mais pura lealdade aos princípios ensinados por Benjamin Graham, seguidos de perto por, nada mais, nada menos que Warren Buffett; "precisamos nos esforçar para comprar ações com descontos, ou seja, subavaliada". O critério de escolha das ações, segue semanalmente uma "garimpagem" precisa e pontual dos ativos que já mantém fundamentos, mas que eventualmente se colocam abaixo do seu valor patrimonial. 
Benjamin Graham, economista considerado precursor da análise fundamentalista, cita diversos filtros que o investidor inteligente deve considerar no momento de selecionar seus ativos, como adquirir empresas que possuam fundamentos, bons resultados passados e uma boa perspectiva futura, além de enfatizar a importância de comprar essas determinadas empresas a preços atraentes, subvalorizadas.
Por definição, uma ação está subvalorizada quando com base em fatos estabelecidos por análise, vale consideravelmente mais do que seu preço atual de venda. Boas companhias podem passar por períodos de subvalorização por diversos motivos, entre eles, baixa popularidade devido acontecimentos insatisfatórios de natureza passageira, resultados atuais decepcionantes de característica passageira, mercado em queda que pode ocasionar muitas ações a serem negociadas a preços baixos, entre outros fatores que podem contribuir para a subvalorização. 
O investidor inteligente deve saber identificar esse tipo de anomalia do mercado, adquirindo ativos negociados com desconto, com a expectativa de que o mercado reconheça no futuro o potencial dessa empresa e a desvalorização de seu preço negociado no mercado, com o ajuste ocorrendo a partir da valorização do preço do papel.
A carteira da Sala de Ações denominada de Carteira de Alavancagem (P/VPA) tem o objetivo de selecionar as empresas que estão sendo negociadas com o seu preço abaixo do seu Valor Patrimonial por Ação (VPA), adquirindo ações subvalorizadas ou ações com “desconto”.
Para essa análise é utilizado o cálculo do P/VPA, índice de mercado que relaciona o preço da ação com o valor patrimonial da ação. Onde P é o preço da ação negociado no mercado e VPA, que representa o patrimônio líquido da empresa dividido pelo número de ações, é o valor patrimonial da ação, ou seja, o valor contábil da ação, que seria o seu preço justo. Assim, pode-se dizer que este índice mede a disposição do investidor a efetuar investimento abaixo ou acima do valor patrimonial da empresa analisada.
O objetivo não é adquirir qualquer empresa que esteja subvalorizada no mercado, mas adquirir boas empresas que respeitem os filtros de Graham e que apresentem uma subvalorização no preço da sua ação. Portanto, a análise é realizada para as 25 empresas selecionadas na carteira fundamentalista da Sala de Ações, definidas de acordo com o método de investimento de Benjamin Graham, que contempla 5 setores: Básico, energia, transporte/telecomunicações, imobiliário e consumo. 
A escolha dos ativos ocorre respeitando os seguintes critérios, a partir do conjunto de empresas, semanalmente, utilizando o preço de fechamento da sexta-feira, é calculado o P/VPA das respectivas empresas, a partir do VPA fixado em 30/12/2019. É selecionada uma empresa de cada setor, aquela que apresentou o menor P/VPA da semana, contanto que esse P/VPA seja inferior a 1,5, respeitando o filtro de Benjamin Graham para esse múltiplo, embora seja preferível que esse múltiplo esteja no patamar inferior a 1. 
A carteira é reposicionada semanalmente, operando comprado na segunda-feira e operando vendido na sexta-feira, de acordo com a mudança nos valores do P/VPA das empresas, com a rentabilidade da carteira sendo acumulada. 
Maria Eduarda Dias Lima
Analista Acadêmica da Sala de Ações


Prof. Dr. Sinézio Fernandes Maia

Coordenador do Projeto Sala de Ações UFPB







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