domingo, 21 de julho de 2024

 Carteira Fundamentalista - Sala Benjamin Graham

por: Daiana Aguiar

A principal meta da equipe da Sala Benjamin Graham é conduzir uma análise fundamentalista das empresas listadas na B3, realizando estudos e monitoramento detalhados e realizando avaliações semanais alinhadas aos princípios do 'Investidor Inteligente'. Além disso, a equipe visa analisar a relação entre as notícias relacionadas às empresas e ao setor em comparação com o desempenho dos ativos e as flutuações no volume de negociações. Outro objetivo do monitoramento é comparar as rentabilidades dos diferentes setores com o benchmark (Ibovespa). Essa análise é segmentada em cinco setores distintos: Energia, Imobiliário, Transporte/Telecom, Básico e Consumo. 


Setor de Energia

O Setor de Energia performou em baixa atingindo -2,13% na semana 28, houve uma grande queda em relação a semana 28 com 2,35%. Todas as ações do setor apresentaram desempenho negativo, exceto a Cemig (CMIG4) com 2,34%, cenário totalmente oposto da semana passada em que todas as empresas estavam positivas. Nesta semana as empresas das cinco selecionadas pela equipe responsável do setor de energia obtiveram os seguintes resultados: Trams Paulista (TRPL4) com -2,35%, Cemig (CMIG4) com 2,34%, Engie (EGIE3) com -1,16%, Taesa (TAEE11) com -2,52% e CPFL Energia (CPFE3) com -1,39%. A semana 28 foi diferente das demais, com a maiorias dos desempenhos negativos, tendo a baixa anual significativa, que vinha se recuperando. 

As notícias relevantes desta semana, são:

l  Isa Cteep - a empresa tinha como uma das principais detentoras das suas ações no mercado a Eletrobrás, que durante essa semana realizou a venda uma parte dessa sua participação, que gira em um valor em torno de 2,2 bilhões de reais. Esse movimento aumentou a média de negociações da empresa e gerou uma queda no valor da sua ação. Este movimento já havia sido ensaiado em 2023, porém, a Eletrobrás recuo, durante esse período, os gestores haviam relatado que esse movimento seria bom e que iria impactar de forma positiva. 

l  Engie - concluiu a implementação do projeto Gavião Real, localizada no estado do Pará, foi finalizada 20 meses antes do prazo estabelecido pelo Aneel.

No acumulado anual, as cinco empresas selecionadas pela equipe responsável do setor, seguindo os princípios do "Investidor Inteligente" de Benjamin Graham, apresentam os seguintes desempenhos: TRPL4 (-4,38%), CMIG4 (23,78%), EGIE3 (1,63%), TAEE11 (-10,42%) e CPFE3 (-13,48%).




No recorte anual, podemos citar o começo desacelerado do setor, algumas empresas especificas sofreram com especulações de queda dos dividendos, a Taesa e a Isa Cteep, os rumores da Taesa foram mais relevantes, visto que, mudou sua política de distribuição de dividendos. Já a Isa Cteep, a leva de grandes investimentos preocupou os acionistas no começo do ano, porém, ela se recuperou e vem apresentando um bom resultado. A Cemig passou o ano de 2023 com um debate entre federalização e privatização, no ano presente, esses rumores foram cessados, e a empresa não passara a princípio por nenhuma dessas mudanças, o que tranquilizou o mercado, gerou uma grande alta. Além disso, a catástrofe que passou o estado do rio grande do Sul, impactou fortemente a CPFL, que está bastante presente naquela região. Com tudo isto, ainda sim, por se tratar de um setor perene e que detêm a confiança dos investidores, o qual é procurado no momento de oscilação da bolsa, está com bons resultados comparado aos demais setores.

Setor Imobiliário:

O Setor Imobiliário teve um rendimento semanal de -2,02, na semana 28 obteve 1,76%. A maioria das companhias do setor apresentaram retorno negativo, situação diferente da semana passada com rendimento positivo, exceto Allos e Iguatemi. Analisando as cinco empresas escolhidas pela equipe responsável do setor imobiliário, nota-se os seguintes desempenhos semanais: Cyrela (CYRE3) com -2,12%, Allos (ALOS3) com -1,90%, CCR (CCRO3) com -3,31%, Multiplan (MULT3) com -1,26% e EZ TEC (EZTC3) com -0,07%.

Nas notícias relevantes desta semana, temos: 

Allos -  pagarou dia 15 R$ 305,9 milhões em dividendos aos acionistas, conforme aprovado em assembleia geral ordinária e extraordinária realizada em 30 de abril de 2024. Este montante refere-se à segunda parcela de um total de R$ 611,8 milhões. A primeira parte foi depositada no dia 15 de maio. Os investidores receberão R$ 0,5596 por ação. Os dividendos são isentos de imposto de renda.

CCR - anunciou nesta sexta-feira (19) que o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) subscreveu integralmente uma emissão de R$ 9,41 bilhões em debêntures incentivadas pelo grupo de concessões de infraestrutura. Os recursos serão utilizados em obras nas rodovias Presidente Dutra e BR 101-RJ/SP. Além disso, o banco de fomento concedeu uma linha de financiamento de R$ 1,34 bilhão para o grupo, na modalidade Finem, totalizando um compromisso de R$ 10,75 bilhões, o que representa quase 70% dos R$ 15,5 bilhões que serão investidos pelo grupo nas duas rodovias.

Em relação ao rendimento anual, todas estão com desempenho negativo. Entretanto a MRV (MRVE3) se destaca com -39,80%.




Setor de Transporte e Telecom:

O Setor de Transporte e Telecom apresentou resultado semanal negativo de -2,98%, semana passada obteve 3,80%. Todas das empresas do setor obtiveram retorno semanal negativo, exceto Weg (WEGE3) com 3,31% e Embraer (EMBR3) com 1,99%. Das cinco empresas escolhidas pela equipe responsável do setor, estas apresentam os seguintes retornos semanais: RUMO (RAIL3) com -0,57%, Vivo (VIVT3) com -0,16%, Totvs (TOTS3) com -4,23%, Weg (WEGE3) com 3,31% e a Localiza (RENT3) com -5,92%. 

Nas notícias relevantes desta semana, temos: 

Weg - a energia elétrica impulsiona o desenvolvimento e o progresso em todas as áreas da vida cotidiana. Na Colômbia, a parceria entre WEG e CHEC S.A.E.S.P. BIC (uma empresa do Grupo EPM) promete fornecer um serviço de energia mais confiável e eficiente para todo o país. A entrega inclui dois transformadores de 60MVA, dois de 40MVA, todos trifásicos e da classe 145kV, além de três autotransformadores monofásicos de 50MVA, classe 245kV, todos fabricados nas plantas de Gravataí e Blumenau, no Brasil. Também fazem parte do fornecimento um transformador de 4MVA, dois de 12,5MVA, dois de 20MVA e um de 300kVA, todos trifásicos, produzidos na planta de Sabaneta, na Colômbia. Esses equipamentos integram um contrato-quadro de três anos, refletindo a confiança do mercado latino-americano na qualidade e inovação dos produtos WEG. Com esta parceria, a CHEC S.A.E.S.P. dá um passo significativo rumo a uma energia mais moderna e eficiente, enquanto a WEG reafirma seu compromisso com um futuro energético mais confiável.

No acumulado anual até a semana 29, as cinco empresas escolhidas pela apresentam os seguintes desempenhos: RAIL3 (-1,31%), VIVT3 (-7,58%), TOTS3 (-16,77%), WEGE3 (28,42%) e RENT3 (-31,51%). Até a presente semana, apenas a Weg e Embraer apresenta retorno positivo no ano. 




 

Setor Básico:

O Setor Básico também fechou a semana com um desempenho desfavorável, registrando uma baixa de -0,06 (abaixo da semana passada com 0,76%). As companhias do setor apresentaram retorno dividido entre positivos e negativos mas, analisando de forma mais específica as cinco empresas escolhidas pela equipe responsável do setor básico, temos os seguintos resultados: Suzano (SUZB3) com 2,49%, Vibra (VBBR3) com 1,49%, Klabin (KLBN11) com 2,67%, CSN Mineração (CMIN3) com -6,57% e Gerdau Metalúrgica (GOAU4) com 3,08%.

Nas notícias relevantes desta semana, temos:

Suzano - a empresa anunciou a compra de duas fábricas de papel da Pactiv Evergreen nos EUA por US$ 110 milhões. As unidades estão localizadas em Pine Bluff, Arkansas, e Waynesville, Carolina do Norte, com capacidade de produção de 420 mil toneladas por ano. Este investimento permite à Suzano expandir sua presença no mercado norte-americano e diversificar seus produtos, fortalecendo sua posição no setor de embalagens de papel. Este movimento estratégico pode ser considerado positivo a partir do momento que pode ampliar a base de ativos e potencialmente aumentar a receita da empresa.

Vibra - assinou um contrato para construir um novo terminal de óleos no Porto do Açu, no Rio de Janeiro, por R$ 300 milhões é positiva para a empresa, já que, esse investimento estratégico visa aumentar a capacidade de armazenamento e melhorar a logística de importação de óleos básicos para lubrificantes, atendendo à crescente demanda. A longo prazo, isso pode reduzir custos operacionais, fortalecer sua posição no mercado de fornecedores de matéria-prima e aumentar a eficiência logística.

No acumulado anual até a semana 29, as companhias escolhidas pela equipe responsável pelo setor básico apresentam os seguintes resultados: Suzano (SUZB3) com -3,65%, Vibra (VBBR3) com 1,45%, Klabin (KLBN11) com 6,49%, CSN Mineração (CMIN3) com -34,61% e Gerdau Metalúrgica (GOAU4) com 1,84%.



 

Setor de Consumo:

O Setor de Consumo obteve um retorno semanal baixo de -4,71%, semana passsada havia sido 1,36%. O setor todo apresentou a maioria dos resultados negativos, com exceção das ações da Ambev, Raia Drogasil, Fleury e SLC agrícola. Analisando as ações escolhidas pelos responsáveis do setor de consumo, percebe-se que estas obtiveram os seguintes retornos semanais: SLC Agrícola (SLCE3) com 1,26%, Fleury (FLRY3) com 0,19%, Hypera (HYPE3) com -3,73%, Minerva (BEEF3) com -3,96% e Arezzo (ARZZ3) com -3,70%.

Nas notícias relevantes desta semana, temos:

A SLC Agrícola - celebrou um acordo com a Agropecuária Rica, uma empresa do Grupo RZK, para criação de uma joint venture (JV). A JV denominada de Fazenda Preciosa Empreendimentos Agrícolas, tem o intuito de desenvolver conjuntamente a atividade de produção agrícola no Estado do Mato Grosso, na qual a participação da SLC será de 55% e de 45% da Agropecuária Rica.

Fleury - uma possível justificativa para a valorização dos seus ativos é a agenda de Resultados 2T24, cuja divulgação está prevista para 08 de agosto – 5ª Feira, ao apresentar resultados acima do projetado no decorrer do ano, analistas do Banco Safra acreditam/especulam que esse desempenho seja mantido.

Raia Drogasil S.A - distribuiu de Juros sobre Capital Próprio no montante total bruto de R$ 77.100.000,00, para pagamento até o dia 06/12/2024, em data a ser oportunamente fixada pela Administração da Companhia. O valor bruto a ser pago por ação é de R$ 0,044952957 e não sofrerá atualização monetária.

No acumulado anual até a semana 29, as empresas selecionadas do setor apresentaram os seguintes resultados: SLCE3 (2,82%), FLRY3 (-13,47%), HYPE3 (-20,64%), BEEF3 (-12,32%) e ARZZ3 (-18,97%). Até o momento, as companhias selecionadas apresentam predominantemente um desempenho anual negativo.



IBOVESPA


O Ibovespa além de fechar a semana no campo negativo (-0,99%), teve performance também no mês de junho, ou seja, fechou com 2,99% de alta, o resultado anual do Ibovespa foi de -4,90%, ainda registra-se a insatisfação dos investidores em bolsa com relação a performance anual, sobretudo, comparado com outras bolsa do mundo e ao preço atual do dólar.



Ressalta-se, no fechamento dos primeiros 6 meses de operação em bolsa, os resultados obtidos pela carteira da Sala de Ações de 2024. A estratégia "Benjamin Graham", em seu modelo tradicional, apresentou performance de 6,69% no primeiro semestre. Lembrando que os critérios de escolha das ações que representa a TOP5 partiu-se das empresas listada no ibovespa de primeiro quadriênio (jan-abr) e cotada a partir de 28.12.2023. Assim, o exercício de escolha dos ativos, puramente acadêmicos, seguiu o processo de diversificação (2 empresas para cada setor destacado na sala de ações) e depois, o filtro de 5 empresas, ou seja, a carteira TOP5. Salienta-se também, o resultado dos títulos com rendimento CDI no ano de 2026, ou seja, 10,40%.


Daiana Aguiar- Assessora Acadêmica da Sala de Ações

Prof. Dr. Sinézio Fernandes Maia - Coordenador da Sala de Ações

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