No mercado
financeiro a escolha do consumidor está condicionada a sua condição
natural de incertezas. Por definição, segundo Jorion(2003), a incerteza de
um investimento é entendida como a possibilidade do resultado se afastar do
esperado, ou seja, o Risco de se perder valores. Geralmente, em finanças,
trata-se a palavra risco como relacionada ao risco de mercado, ou seja, pode
ocorrer mudanças nas taxas de mercados, de preços dos ativos ou de uma
carteira, com relação ao seu valor inicial.
Os
estudos no campo da microeconomia reforçam a compreensão do desempenho do
consumidor em relação as suas preferências, restrições orçamentárias e escolhas
sob incerteza. Além do indivíduo se deparar com o conjunto de oportunidades
derivado de sua restrição orçamentária, restrição esta que representa as
limitações ao consumo de diferentes bens devido à quantidade limitada de renda
que possui, ele ainda se depara com a escolha intertemporal entre consumir toda
sua renda ou poupar parte para ser consumida no futuro, trocando consumo
presente por consumo futuro. (VARIAN, 2003).
A
escolha dos ativos por parte do consumidor, agora denominado de investidor,
depende de seu perfil, conservador ou agressivo. O investidor avesso ao risco
possui uma função de utilidade côncava e sua inclinação torna-se cada vez mais
plana à medida que a riqueza aumenta. O investidor propenso ao risco possui uma
função de utilidade convexa e sua inclinação torna-se cada vez mais íngreme à
medida que a riqueza aumenta.
A
partir da teoria microeconômica, Fama e MacBeth (1973), consideram,
em seus estudos, a racionalidade dos investidores, aversão ao risco, aceitando
taxas mais elevadas de risco apenas se o retorno esperado também for
elevado e a eficiência do mercado e a informação simétrica.
No
campo dos investimentos, o maior grau de utilidade do indivíduo é representado
pelo maior retorno do ativo a partir de um dado nível de risco. O retorno pode
ser caracterizado como um ganho ou uma perda sofrida por um dado investimento
feito anteriormente, mais conhecido em finanças como prêmio pelo risco.
Já,
de acordo cm Markowitz (1952), pode-se utilizar instrumentos estatísticos par
definição de riscos. O cálculo da média dos retornos do ativo representa seu o
valor esperado e o desvio padrão, que indica a dispersão em torno da média,
representando o nível de risco do ativo, quanto maior a dispersão em torno da
média, maior o risco o ativo apresenta.
Dessa
forma, a carteira da Sala de Ações denominada Risco e Retorno tem o
objetivo de selecionar os ativos que apresentam consonância com a teoria maior
risco maior retorno, afim de testar o desempenho dos ativos negociados que
possuem na carteira maior grau de risco e maior retorno esperado. A análise é
realizada para as 25 empresas selecionadas na carteira fundamentalista da Sala
de Ações, definidas de acordo com o método de investimento de Benjamin Graham,
que contempla uma seleção setorial (Energia, Básicos, Imobiliário, Transportes
e Consumo).
A
escolha dos ativos ocorre respeitando os seguintes critérios, a partir
do conjunto de empresas, semanalmente, utilizando média e o coeficiente de
variação como medida de valor esperado e risco, respectivamente, a partir de
uma amostra de 60 observações, são selecionadas as empresas de cada setor que
apresentaram valores elevados no coeficiente de variação e na média de seus
retornos, respeitando a teoria de maior risco maior retorno.
Após essa análise nos seus valores estatísticos os ativos selecionados passam pelo filtro da análise técnica, fazendo parte da carteira apenas os ativos que apresentam em seus gráficos uma tendência de alta. Para essa análise são utilizadas as médias móveis dos ativos, verificação do volume confirmando a tendência e o uso das bandas de Bollinger, que fornecem um parâmetro de retração ou expansão do mercado. A carteira é reposicionada semanalmente, operando no sentido comprado na segunda-feira e operando no sentido vendido na sexta-feira, de acordo com a mudança nos valores de risco e valor esperado das empresas, com a rentabilidade da carteira sendo acumulada. A carteira Risco e Retorno obteve desempenho acumulado anual de 0%.
Observação: Algumas semanas não foram selecionados ativos, não respeitando o método proposto para análise e, portanto, apresenta-se resultado nulo, ou seja, não esteve de acordo com a teoria ou mesmo sendo selecionados pelo filtro da teoria risco e retorno, não estavam de acordo com os critérios da análise técnica, apresentando tendência de queda no gráfico.
Coordenador: Prof.
Dr. Sinézio Fernandes Maia
Analista Acadêmico:
Jéssica Evelin Silva
0 comments:
Postar um comentário
Agradecemos seu comentário.