segunda-feira, 26 de outubro de 2020

 Risco e Retorno

O estudo de Fama e McBeth (1973), que utiliza o modelo de dois parâmetros, usado como referência teórica para a formulação da carteira Risco e Retorno da Sala de Ações, considera diversas hipóteses importantes em seu modelo, hipóteses essas consideradas em ambos os trabalhos. 

No modelo de portfólio de dois parâmetros de Tobin (1958), Markowitz (1959) e Fama (1956), o mercado de capitais é considerado perfeito no sentido de que os investidores são tomadores de preço e não há custos de transação nem custos de informação.

Os investidores são considerados avessos ao risco e se comportam como se escolhessem entre as carteiras com base na utilidade máxima esperada. No modelo CAPM a ideia fundamental é que, em equilíbrio, o mercado recompensa os investidores por assumirem riscos. Em suma, se o processo de formação de preços no mercado de capitais reflete as tentativas dos investidores de manter carteiras eficientes, então a relação linear de entre o retorno esperado e o risco deve se manter.

É destacada a hipótese do modelo de que a precificação das ações ordinárias reflete as tentativas de aversão ao risco dos investidores. Além disso, das propriedades observadas dos coeficientes e resíduos das regressões risco e retorno são consistentes com um mercado de capitais eficiente, isto é, um mercado onde os preços dos títulos refletem integralmente as informações disponíveis. 

Em resumo, algumas das conclusões do trabalho são que não se pode rejeitar a hipótese de que a precificação de títulos está em linha com as implicações do modelo de dois parâmetros para os retornos esperados. E dado um modelo de precificação de dois parâmetros, o comportamento dos retornos ao longo do tempo é consistente com um mercado de capitais eficiente.

Em relação a carteira teórica Risco e Retorno, cujo os métodos já foram expostos em outra publicação, que é acompanhada semanalmente, há duas semanas, mais precisamente a semana 39 e semana 40, não foram incluídos nenhum ativo a carteira. Este ocorrido se deve ao fato dos ativos demonstrarem, através dos dados estatísticos da média e coeficiente de variação, não estarem em consonância com a teoria de maior risco maior retorno. 

Os ativos veem apresentando o inverso, maior risco e menor retorno. Esse fato pode ser explicado pelos acontecimentos recentes da macroeconomia, brasileira e mundial. O receio de uma nova onda do Covid-19, eleições presidenciais nos Estados Unidos e inconsistências no governo do Brasil, podem gerar incertezas na economia. Tendo em visto, como já exposto, que os investidores são avessos ao risco e o preço das ações ordinárias refletem as tentativas de aversão risco, como também refletem integralmente as informações disponíveis, essas informações são rapidamente repassadas no preço dos ativos, causando expressivas variações nos preços. 

Tendo em vista que o risco é medido pelo coeficiente de variação dos ativos, e quanto maior essa variação em torno da média, maior o risco dos ativos, esse fato pode explicar o aumento considerável do risco dos ativos, não acompanhado pelo aumento de seus retornos. 

A carteira Risco e Retorno apresenta um desempenho acumulado anual de 24,28%, superior ao índice Bovespa, que apresenta um desempenho anual de -18,70 %.


Analista Acadêmica

Maria Eduarda Dias 


Coordenador do Projeto

Prof. Dr Sinézio Fernandes Maia










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