O relatório, intitulado de radar macroeconômico, é a ferramenta utilizada pelo projeto Sala de Ações – UFPB para investigar a existência de correlação entre as notícias relacionadas a conjuntura macroeconômica nacional e internacional e o desempenho das bolsas no mundo. Para isso, é analisado os principais índices do continente americano, europeu e asiático: Ibovespa, Dow Jones, DAX, FTSE 100 e SSEC. Além disso, é feito também a análise do fechamento do Ibovespa e volume financeiro observado na bolsa de valores de São Paulo, com o intuito de averiguar o comportamento dos investidores.
Na segunda-feira, o Congresso sinalizou andamento do marco do gás natural e Rodrigo Maia assegurou, mais uma vez, que não há espaço para burlar o teto dos gastos. Além disso, a perspectiva era positiva em torno do acordo do pacote de estímulo econômico nos EUA e Trump assinou medidas de socorro para as empresas no mesmo dia. Com isso, o Ibovespa cresceu 0,65%, enquanto as notícias norte-americanas estão relacionadas ao crescimento de 1,30% do Dow Jones. Na China, SSEC fechou em alta, ainda mantendo no plano de fundo as tensões com os EUA, mas pesando no sentimento dos investidores a notícia de diminuição da deflação e a atividade industrial retornando ao patamar anterior ao início da pandemia do Covid-19. Com essas notícias positivas no mercado global, os índices europeus fecharam em alta.
Na terça feira, embora com registro da primeira vacina contra o Covid-19 e sinalização de Trump de continuação da política fiscal expansionista, Ibovespa fechou em queda com a discussão relacionada a situação fiscal do país, a idoneidade da vacina sendo colocada em cheque e o líder republicano no senado dos EUA, jogando um balde de água fria no acordo do pacote de estímulo econômico. Essa notícia negativa do acordo, pareceu dar sustento também na baixa do Dow Jones (-0,38). Na Europa, as expectativas em relação a vacina e dados de confiança positivo, o DAX e FTSE 10 fecharam o pregão em alta. Enquanto isso, o SSEC fechou o pregão em baixa, pressionados pelas empresas de tecnologiaconforme, mais um dia, o aumento das tensões sino-americanas pesava sobre o sentimento do investidor.
Na quarta-feira, após saída de integrantes da equipe econômica, o Presidente tratou de acalmar os ânimos assegurando o teto de gastos e privatizações, mas o Ibovespa fechou em leve queda de 0,06%. Em Wall Street, Dow Jones fechou pregão em alta, impulsionadas pelas empresas de tecnologia, mantendo no radar as negociações do pacote de estímulo fiscal. Na Europa, apesar de alguns dados negativos, como o do PIB doReino Unido no 2º trimestre (-20%), o último mês é responsável por amenizar a queda (8%). Outro dado relevante foi o avanço da produção industrial na zona do euro. Com isso, DAX e FTSE 100 fecharam o pregão em alta de 0,86% e 2,04%, respectivamente. Na China, o SSEC recuou no pregão depois piora no acordo nos Estados Unidos e dados domésticos apontando crescimento mais fraco no empréstimo bancário.
No dia 13, a cautela em relação a situação fiscal do país continua no sentimento dos investidores, mesmo com Bolsonaro alinhando o discurso aos Presidentes da Câmara e Senado e o Ibovespa fechou em queda também impulsionando por resultados coorporativos e incerteza sobre privatizações com a saída de integrantes da equipe econômica. Apesar da queda no número de pedidos de auxílio desemprego na semana, o Dow Jones pareceu mais sensível às negociações sem sucesso do pacote de estímulo econômico, visto que recuou 0,29%. Na Europa, realização de lucros e valorização da libra, além de ações de pesos negociadas sem direito a pagamento de dividendos, DAX e FTSE 100 fecham pregão em queda. Na China, o SSEC fecha próximo da estabilidade, mantendo no radar a reunião EUA-China e redução dos novos casos de Covid-19 no EUA.
No último pregão da semana, ainda com cautela dos investidores com a insegurança no cenário fiscal, o Ibovespa fechou em alta com última rodada de resultados coorporativos. Embora não na velocidade esperada, dados das vendas do varejo e gastos dos consumidores aumentam nos EUA. Além disso, o índice de confiança do consumidor e de produção industrial tiveram avanço acima do esperado. Esses dados deram suporte às ações, que terminou o dia com o Dow Jones crescendo 0,12%. Já na Europa, DAX e FTSE 100 terminaram o dia em queda, pressionados pelo avanço da pandemia no continente e por novas restrições impostas por países para tentar conter o avanço da covid-19 em solo europeu. Na China, o SSEC fechou em alta, com continuação da expectativa em torno da reunião EUA-China, marcada para o sábado (15/08).
Por fim, o Ibovespa acumulou queda na semana, saindo de 103.444 pontos (segunda-feira) para 101.353 pontos (sexta-feira). Quanto ao volume financeiro, teve seu mínimo de R$ 24,890 bilhões (segunda-feira) e o máximo de R$ 57,108 bilhões (quarta-feira) devido ao vencimento de contratos.
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