quinta-feira, 16 de abril de 2020



Célula Análise Fundamentalista do Projeto Sala de Ações da UFPB tem o objetivo de estudar o desempenho financeiro e econômico das empresas de capital aberto listadas na B3. O desafio é a formação de carteiras ótimas de ativos a partir de grandes setores da bolsa de valores de São Paulo. O exercício é puramente acadêmico em busca de uma carteira para o projeto e, que contenha a diversificação de ativos.

O processo de seleção de carteiras setoriais recebem acompanhamento diário e ao término das semanas são elaborados documentos de análises acadêmicas que demonstrem o desempenho semanal, mensal, trimestral e anual desses conjuntos de ativos. Esta atividade representa uma forma de aferição do aprendizado dos integrantes do Projeto. A metodologia seguida para a seleção das empresas para compor a carteira da Sala de Ações tem como base o método de Benjamin Graham, seguindo os preceitos de “O Investidor Inteligente”, e de outras referências como Warren Buffett, e a “Análise Fundamentalista de Empresas”.  

Para formação da carteira avaliou-se as empresas participantes do Índice Bovespa, excluindo aquelas que auferiram prejuízo pelo menos nos últimos três anos. Após esse filtro, como não foi possível completar o total de cinco empresas para cada setor, excepcionalmente para o ano de 2019, foram incluídas algumas empresas componentes do IBRx-100. Para fins de análise, considerou-se os seguintes setores; Básico, Consumo, Energia, Imobiliário, Transporte e Telecomunicações. Na metodologia da Análise Fundamentalista, as empresas foram distribuídas de acordo com seus setores e subsetores, analisando os relatórios administrativos e os resultados contábeis das empresas, com o objetivo de elencar as que auferissem os melhores resultados para compor a carteira teórica da Sala de Ações.

O desempenho anual da carteira teórica da Sala de Ações manifestou uma rentabilidade de 49,45%, atingindo um patamar superior ao Índice Bovespa, que alcançou um retorno anual de 31,95%. Observando por setor, é visto que os setores de consumo e imobiliário se destacaram em comparação ao índice de mercado, com ênfase ao setor de consumo, que foi o de melhor rentabilidade, 70,39% frente a 31,95% do IBOVESPA.



O significativo desempenho do setor de consumo neste ano pode estar atrelado a fatores como a liberação dos saques do FGTS na semana 31, e a aprovação da Reforma da Previdência. No entanto, dado que a tendência de crescimento do setor de consumo perpetua-se de forma exponencial durante o período, apesar das suas quedas pontuais, o resultado líquido consolidado positivo das empresas foi a razão determinante para a notoriedade do setor no ano de 2019.


No que diz respeito ao setor imobiliário, seu resultado no ano de 2019 pode ser condicionado a alguns fatores, como a liberação do crédito imobiliário atrelado ao IPCA, antes baseado na TR (Taxa Referencial), além da liberação do governo de R$ 100 milhões para financiamentos do programa Minha Casa Minha Vida, o que beneficiou as construtoras e incorporadoras do setor. Ao decorrer do ano, também foi anunciado a redução dos juros pela Caixa Econômica Federal para financiamento imobiliário, além dos juros mais baixos na economia, o que pode ter estimulado e facilitado o crédito para financiamento dos imóveis.


Por fim, é relevante ressaltar que a metologia de formação de carteira da Sala de ações tem como objetivo o exercício de imersão conjunta da teoria com a prática, e a exposição de informações acadêmicas, e não representa, em nenhuma hipótese, uma sugestão de compra e/ou venda de qualquer valor mobiliário ou instrumento financeiro.







0 comments:

Postar um comentário

Agradecemos seu comentário.