Quinta-feira, 08 de novembro de 2012.
Enfoque nas bolsas de valores de quarta-feira:
- O Ibovespa encerrou com declínio de 1,58%, aos 58.517,35 pontos. O ganho no mês e no ano diminuiu para 2,54% e 3,11%, respectivamente. Na mínima, o índice atingiu 58.274 pontos (-1,99%) e, na máxima, ficou estável, aos 59.460 pontos. O giro financeiro somou R$ 6,2 bilhões. A reeleição do presidente dos EUA, Barack Obama, trouxe à tona, mais uma vez, a questão do abismo fiscal nos EUA e mudou o humor dos investidores que, na véspera, levaram a Bovespa para perto dos 60 mil pontos. As dúvidas sobre o futuro fiscal dos EUA decorrem de o presidente Obama não ter totalidade na Câmara e no Senado para aprovar as medidas necessárias para que o país não entre novamente em recessão. Fonte: ESTADÃO
Notícias relevantes dessa quinta-feira:
- Os bancos brasileiros já captaram US$ 16,795 bilhões no exterior neste ano, valor recorde que supera os US$ 16,730 bilhões de 2010. As instituições correm para buscar recursos antes da introdução de regras mais duras para o mercado financeiro, conhecidas como Basileia 3, que exigirá aportes de capital e tornará mais caro o custo do dinheiro para os bancos. Além da enxurrada de recursos atraídos, o que chama atenção é a diferença de taxas pagas entre públicos e privados. Enquanto BB e Caixa captaram a 3,875% e 3,5%, respectivamente, para colocações no exterior de dez anos, o Bradesco pagou 5,75% e o Itaú, 5,125% - esta última em uma emissão de dívida subordinada, que é mais cara. Fonte: Valor Econômico
- O Executivo apresentou ontem aos governadores das 27 unidades da federação uma proposta de reforma do ICMS que prevê a unificação da alíquota em 4% para as transações comerciais entre os estados ao longo de oito anos. Hoje, ela varia de 7% a 12% e é usada pelas administrações regionais para atrair investimentos. A iniciativa faz parte da estratégia do governo federal de tentar avançar na reforma tributária, ainda que fatiada. Para compensar os estados que perderão arrecadação com o fim da chamada guerra fiscal, o Ministério da Fazenda sugeriu a criação de um fundo de compensação, que deverá variar de R$ 7 bilhões a R$ 8 bilhões por ano, além de um fundo de desenvolvimento regional que contará com R$ 172 bilhões durante 16 anos e terá por objetivo beneficiar os estados mais pobres do país. Fonte: O Globo
- As sucessivas crises econômicas continuam ampliando a corrida de investidores por aplicações em ouro, considerado um porto seguro em meio a turbulências. Esse movimento tem contribuído para despertar mineradoras e resgatar a produção no país. O Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram) prevê que a produção nacional de ouro cresça 28,5% nos próximos quatro anos, para 90 toneladas em 2016. Esse percentual só perde para estimativas de avanço da extração de minério de ferro (61%) e de cobre (33%). Neste ano, a produção nacional deve alcançar 70 toneladas. No fim da década de 1980, o pico foi de 112 toneladas por ano. Fonte: Correio Braziliense
- O fluxo cambial — entrada e saída de moeda estrangeira no país — teve um saldo negativo de US$ 3,8 bilhões em outubro, o pior resultado em mais de dois anos, com fuga generalizada tanto na conta comercial quanto financeira. Este é o terceiro mês seguido de saldo negativo e o maior déficit desde junho de 2010, quando ocorreu uma saída líquida de US$ 4,3 bilhões. Em setembro, o fluxo cambial ficou no vermelho em apenas US$ 534 milhões. Somente no último dia de outubro, US$ 2,8 bilhões deixaram o país, conforme os dados divulgados ontem pelo Banco Central. De acordo com especialistas, esse resultado ruim do fluxo cambial indica que o Brasil perdeu atratividade para os investidores, que também estão fugindo da bolsa de valores brasileira em busca de outras mais competitivas, como a do México e a da Colômbia. Fonte: Correio Braziliense
- Ontem, a concentração de cerca de 100 mil pessoas em frente ao Parlamento grego alcançou o ápice da violência poucas horas antes de os parlamentares votarem a aprovação de novos cortes sociais. Mas o confronto não impediu que o governo conseguisse 153 votos (precisava de 151) para aprovar as impopulares medidas. As medidas pressupõem cortes de até 13,5 bilhões em salários e pensões. Os cortes eram condição para que a Grécia recebesse a parcela de 31,5 bilhões de seu socorro financeiro até o fim do mês. A sessão parlamentar chegou a ser suspensa quando os funcionários da Câmara souberam que os cortes também os afetariam, mas o governo voltou atrás. Segundo a Comissão Europeia, a Grécia deve recuperar-se só a partir de 2014. Fonte: O Globo
- Mesmo com todas as medidas adotadas pelo governo para reaquecer a economia e desovar os estoques do setor produtivo, a indústria brasileira ainda não conseguiu reagir. Em setembro, de cinco indicadores que medem o desempenho do setor, apenas o que avalia o emprego nas fábricas mostrou avanço, ainda assim de mero 0,4%, em relação ao mesmo mês do ano passado. Em sentido contrário, registraram queda os índices de faturamento real (-6,5%), horas trabalhadas (-5,4%), massa salarial real (-0,6%) e rendimento médio real (-1%). Os números foram divulgados ontem pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Em setembro, a utilização da capacidade instalada (UCI) se manteve em 80,9%, o mesmo patamar registrado em agosto. Fonte: Correio Braziliense
- O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, disse que manter o juro básico estável por um "período prolongado" ainda é a melhor estratégia para garantir que a inflação vai se desacelerar para o centro da meta no terceiro trimestre de 2013. As estimativas do BC para os preços ao consumidor já levam em conta a decisão do governo de ajustar o superávit primário deste ano e também a aceleração da inflação em meses anteriores devido ao choque de oferta agrícola, disse Tombini. Segundo ele, os preços no atacado já estão mostrando uma "deflação forte" que ajudará a conter a inflação ao consumidor nos próximos meses. "Nossas projeções continuam válidas, ou seja, a convergência para o centro da meta no terceiro trimestre do ano que vem com essa estratégia de política monetária", disse Tombini em entrevista ontem na sede do BC em Brasília. Após o corte da Selic no mês passado, o Comitê de Política Monetária "sinalizou que a melhor estratégia dali para frente seria a estabilidade de condições monetárias por período suficientemente prolongado." Fonte: Valor Econômico
- A inflação oficial do país registrou, em outubro, a maior alta em seis meses, atingindo 0,59%, puxada, mais uma vez, pelos preços dos alimentos. O resultado, no entanto, ficou dentro do esperado pelo mercado, que aposta em desaceleração do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) nos próximos meses. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mais da metade do IPCA (54%) decorreu da elevação dos preços dos alimentos. No acumulado do ano, o IPCA já acumula alta de 4,38%, quase encostando no centro da meta de 4,5% definida pelo governo. Em 12 meses, o indicador cravou elevação de 5,45%. Um importante sinal de que os preços ao consumidor devem recuar nos próximos meses foi o Índice Geral de Preços-Disponibilidade Interna (IGP-DI), que teve, em outubro, a primeira deflação desde dezembro de 2011: recuou 0,31%. O mercado esperava queda de 0,14%. Em setembro, o IGP-DI havia registrado alta de 0,88%. Em 12 meses, o índice acumula elevação de 7,41%. O índice tem entre seus componentes o IPA, que registra a variação dos preços entre os produtores, isto é, antes de chegarem aos consumidores. Fonte: Correio Braziliense
Analista acadêmico: Fênix Felipe de Mendonça
Coordenador: Prof. Dr. Sinézio Fernandes Maia
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