Os agentes econômicos passaram a semana com as atenções voltadas para a crise européia. Tanto a Grécia quanto, sobretudo a terceira economia da Zona do Euro, a Itália, balançaram as expectativas dos investidores no mercado de ações do mundo. A Itália apresenta uma dívida em torno de 120% do seu próprio produto, além de vencimentos de curto prazo. No Brasil, a informação mais importante da semana foi a divulgação da inflação de outubro (o,43% acima do esperado pelos analistas) que ainda não garante o cumprimento das expectativas. Este resultado passou a acumular alta de 6,97% em 12 meses e um resultado anual de 5,43%, aumentando o risco da inflação fechar 2011 acima do teto da meta, 6,5% a.a. Outra informação importante da semana, no Brasil, foi a divulgação, por parte do governo central, da política fiscal combinando medidas de estímulo ao investimento público com as projeções de reajuste salarial em janeiro na ordem de 14%. Este ingredinte sugere uma postura "anticíclica" representada pela autorização para elevação dos gastos dos Estados em R$ 37 bilhões para ampliação dos investimentos públicos. Foi permitido aos Estados contratar novas operações junto ao BNDES, bem como organismos financeiros internacionais. O propósito, segundo fontes do governo, "é não combater a inflação a qualquer custo nem promover o crescimento econômico a qualquer preço". Para completar, a sugestão é perseguir uma meta de juros reais para algo em torno de 2 a 4% contra os atuais 4,5%, indicando uma proposta de crescimento sustentado (levando em consideração a hipótese de recessão na Zona do Euro) com investimento público mudando de patamar dos atuais 18% para 22% do PIB. O argumento da redução dos juros até 2014 e o aumento do salário mínimo já em janeiro permite, segundo o governo, uma expectativa de crescimento de 4% a 5% para 2012, ante ao crescimento de 2011 esperado para 3,5%. Observa-se também o relatório da Standard & Poor´s que sinaliza para o comportamento da taxa de inflação brasileira não gerar preocupações enquanto dentro das bandas da meta traçada pelo Regime de Metas de Inflação. Este fato reduz a vulnerabilidade econômica brasileira minimizando o impacto da crise mundial sinalizando um crescimento doméstico sem se desligar da meta inflacionária e solidez macroeconômica. Os acontecimentos internos revelam bons sinais para o Mercado de Capitais brasileiro.
Prof. Dr. Sinézio Fernandes Maia
Coordenador da Sala de Ações - UFPB
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