- Relatório de Performance Setorial do Ibovespa
- por Fábio Passos Marcos Filho - Assessor Acadêmico SA
A Semana 15 contempla a semana dos dias 8 a 12 de abril de 2024. O relatório de Performance tem como objetivo, realizar um estudo semanal do desempenho índice Ibovespa e está dividido em 6 sub-relatórios específicos cada um abrangendo um setor. São eles: Setor Básico, Setor de Consumo, Setor de Energia, Setor Financeiro, Setor Imobiliário e o Setor de Transporte e Telecomunicações.
Este relatório tem o objetivo prover uma contextualização do mercado, oferecendo um panorama geral que destaca as tendências recentes e fatores externos que impactam diretamente cada setor em foco. Apresentaremos Indicadores de desempenho demonstrando uma lista e explicação dos principais indicadores utilizados na avaliação. Analisaremos dados numéricos relevantes, acompanhados de gráficos e tabelas que visam ilustrar tendências e padrões, facilitando a interpretação dos dados pelos investidores e, por fim, destacaremos um resumo das principais descobertas, consolidando as informações apresentadas.
O Ibovespa, também conhecido como Índice Bovespa ou Índice da Bolsa de Valores de São Paulo, é o principal índice de ações da bolsa de valores brasileira, atualmente a B3. O índice é composto pelas ações das empresas mais negociadas na bolsa de valores, representando assim uma amostra significativa do desempenho das empresas listadas na bolsa. O Ibovespa é considerado um termômetro do mercado financeiro brasileiro, pois reflete o comportamento médio dos preços das ações das principais empresas do país.
O Índice é ponderado pelo valor de mercado das empresas e leva em consideração o volume financeiro das negociações e a representatividade das empresas nos negócios na B3. O Ibovespa é frequentemente utilizado como referência para investidores e gestores de carteira avaliarem o desempenho de seus investimentos em relação ao mercado em geral.
Contextualização do Mercado
Este ano de 2024, o índice Ibovespa vem apresentando um desempenho abaixo da média em relação a performance dos índices mundiais em geral. O IBOV vem reagindo bastante ao cenário da taxa de juros do FED, a postergação da flexibilização monetária da maior economia do mundo pode ser um dos principais motivos para a performance discreta do índice nesse primeiro trimestre. Além disso, a economia Chinesa anda falhando em corresponder às expectativas do mercado, onde, em seu modelo econômico focado em construção civil, vem impactando negativamente o cenário de commodities brasileira, como o de minério de ferro, afetando diretamente o setor Básico do índice Brasileiro. Em seu cenário local, outro fator que pesa para a performance abaixo do esperado do índice são as revisões nas estimativas de lucros das empresas nacionais, onde as expectativas de lucro do Ibovespa ficaram paradas nos últimos meses.
Esta semana(15) o índice apresentou uma leve baixa. Onde, apesar de diversos setores apresentarem expressivo desempenho semanal negativo, o bom desempenho de certas ações, principalmente do setor básico, contribuíram para o resultado geral de baixa discreta do índice. O índice vem apresentando um desempenho abaixo da média, em relação aos principais índices mundiais, com um desempenho mensal negativo de 0,47% do Ibovespa e um desempenho anual de –5,09% contra 5,78% de valorização do índice Dow Jones e 10,22% do índice S&P500. Nesta semana o Índice Ibovespa apresentou uma discreta baixa com uma performance de -0,67% atingindo o patamar de 125.946 pontos contra 126.795 da semana anterior e contra 132.697 de 28 de dezembro de 2023 (-6,14%).
Pela análise setorial podemos destacar que Os principais ganhadores dessa semana do IBOV foi, em primeiro lugar, a ação da empresa de petróleo 3R (RRRP3) com alta de 5,41%, em segundo lugar, temos a ação da empresa de alimentos JBS (JBSS3) com rentabilidade de 5,18% e em terceiro lugar temos as ações da empresa Petroreconcavo (RECV3) com aumento de 4,47%.
Em relação aos piores desempenho, o Ibovespa essa semana possuiu ações que realizaram movimentos negativos expressivos, com o maior movimento sendo realizado pelas ações da CVC Brasil (CVCB3) com performance de –17,95% seguida pelas ações da empresa de aviação Azul (AZUL4) apresentando –13,89% de performance e em terceiro lugar temos a ações da Estácio (YDUQ3) apresentando uma performance de –10,45%.
As principais performance dessa semana 15, com exceção do setor básico, todos os setores apresentaram baixa, sendo o resultado semanal de cada setor o seguinte:
Setor Básico.........: 0,83%
Setor de Consumo: -0,41%
Setor de Energia...: -1,33%
Setor Financeiro...: -0,81%
Setor Imobiliário...: -0,22%
Setor TranspTel...: -2,26%
Em geral, o índice apresentou uma semana de baixa, onde a boa performance de grandes empresas do IBOVESPA contribuiu para uma queda não tão acentuada. Para o Setor Básico temos os seguintes resultados:
Nesta semana, o setor de Básico (BÁSICO) apresentou uma alta de 0,83%. Podemos destacar os 3 maiores retornos da semana, RRRP3 (5,41%), RECV3 (4,47%), PETR3 (4,07%), e paralelamente destacar os ativos mais negociados da semana PETR3 (86,18%), PETR4 (74,72%) e VALE3 (61,61%). Para a performance anual o destaque está a 3R que rentabiliza 39,41% acompanhada da Brankem e a Klabin, ambas com performance em torno de 16%.
Para o Setor de Consumo o resultado foi o seguinte:
Nesta semana, o setor de Consumo (CONSUMO) apresentou uma queda de - 0,41%, não superando o benchmark.
Podemos destacar os 3 maiores retornos da semana, JBSS3 (5,18%), BRFS3 (4,39%), COGN3 (4,02%), e paralelamente destacar os ativos mais negociados da semana HYPE3 (100,13%), PCAR3 (29,20%) e LREN3 (27,39%). Destes ativos, destacamos BFRS3 e JBSS3. Para os resultados anuais o destaque está sendo BRFoods com 27,47% até a semana 15.
No recorte semanal, temos como destaque o retorno da CPFL Energia (CPFE3) com 2,15%, a Cemig (CMIG4) com 2,10%, a Engie (EGIE3) com 0,83%, a Taesa (TAEE11) com 0,52%, a Equatorial (EQTL3) com 0,34% e a Eneva (ENEV3) com 0,23%. Os demais estão negativos. Em comparação com o Ibovespa, o Setor de Energia está menor em seu retorno semanal com 0,31%, enquanto o Ibovespa está com um retorno maior de 0,99%.
No monitor mensal destacamos a Engie (EGIE3) com 5,20%, a Cemig (CMIG4) com 3,55%, a CPFL Energia (CPFE3) com 3,15%, a Eneva (ENEV3) com 1,10%, a Copel (CPLE6) com 0,31%, a Taesa (TAEE11) com 0,17%, a Equatorial (EQTL3) com 0,09% e a Energisa (ENGI11) com 0,06%. A Eletrobras (ELET3) (ELET6) teve retornos negativos, -0,46% e -0,76%, respectivamente.
Na análise anual destacamos mais uma vez a Cemig (CMIG4) com 15,87%. Os demais setores foram negativos, onde a Energisa (ENGI11) obteve o maior retorno negativo, com -9,45%.
No Setor Imobiliário o monitor nos apresenta os seguintes resultados:
Nesta semana, o setor imobiliário apresentou uma queda de -0,22%, abaixo do resultado do Ibovespa.
Podemos destacar os 3 maiores retornos da semana, CYRE3(1,96%), MULT3 (1,69%), EZTC (1,26%), e paralelamente destacar os ativos mais negociados da semana CCRO3 (34,88%), MRVE (32,10%) e EZTC3 (24,66%). Destes ativos, destacamos CYRE3.
Para a análise anual pode-se observar que o setor como um todo está sendo bem afetado, com apenas a CYRELA, apresentando resultados positivos. Há uma evidente lentidão na recuperação do setor às altas taxas de juros do ano de 2022, com bancos ainda receosos em disponibilizar créditos. Sugere-se também que a forte redução dos depósitos em poupança nos últimos meses e a dinâmica dos juros, juntos justifiquem os resultados observados no setor. O único resultado positivo para o setor, ainda assim bem baixo é o da Cyrela com 3,24%.
Setor de Transporte junto com o Setor de Telecomunicações, formando nossas 5 Carteiras Monitoradas
Nesta semana o Setor de Transporte e Telecomunicações apresentou uma baixa com uma performance geral de -0,97% contra -0,67% do Ibovespa.
No Monitor semanal foi registrado um movimento de baixa, proporcionada pela ação da CVC Brasil (CVCB3) com rentabilidade de -9,89%, seguida por quedas da TIMS3 com -3,94% e TOTS3 com -1,88%, as demais estáveis.
Em relação aos melhores desempenhos, do setor transporte e telecomunicação o maior movimento foi realizado pelas ações VAMO3 com performance de 4,88% seguida pelas ações da LWSA3 apresentando 2,85% de performance e em terceiro lugar temos a ações da EMBR3 apresentando uma performance de 1,42%.
No resultado anual observa-se que a Embraer (EMBR3) com 49,14%, seguida de Weg (WEGE3) com 5,00% e Rumo (RAIL3) com 2,02%. Ressalta-se que a Embrar, apesar de ser uma empresa do setor industrial foi classificada no setor de transporte por mera conveniência de formação de carteira. O objetivo é termos no máximo 5 carteiras monitoradas focando nas principais empresas. Não queremos, de forma alguma, sugerir que empresas de telecomunicações e as empresas de transportes guardam quaisquer ligações de vínculo de carteiras; é mera conveniência operacional para formação dos alunos.
No Setor Financeiro temos os seguintes resultados:
Nesta semana o Setor Financeiro apresentou uma discreta baixa com uma performance geral de –0,81% contra 0,47% do Ibovespa.
Conclusão do Analista
Semana de leve baixa do índice Ibovespa (-0,67%), com poucos movimentos de piques de altas em relação a uma alta. As maiores valorizações foram observadas mas ações RRRP3, JBSS3 e RECV3 e as maiores quedas sendo as ações CVCB3, AZUL4 e YDUQ3.
Diversos setores apresentaram uma semana negativa, o que sugere uma influência do anúncio do FED em relação a taxa de juros, também pela má performance da China. O que iremos comprovar agora é o quanto a performance dos resultados trimestrais do balanços estão contribuindo para o mau desempenho das empresas listada no Ibovespa.
- Prof. Dr. Sinézio Fernandes Maia
- Coordenador da Sala de Ações - UFPB
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