Carteira Fundamentalista - Sala Benjamin Graham
A principal meta da equipe da Sala Benjamin Graham é conduzir uma análise fundamentalista das empresas listadas na B3, realizando estudos e monitoramento detalhados e realizando avaliações semanais alinhadas aos princípios do 'Investidor Inteligente'. Além disso, a equipe visa analisar a relação entre as notícias relacionadas às empresas e ao setor em comparação com o desempenho dos ativos e as flutuações no volume de negociações. Outro objetivo do monitoramento é comparar as rentabilidades dos diferentes setores com o benchmark (Ibovespa). Essa análise é segmentada em cinco setores distintos: Energia, Imobiliário, Transporte/Telecom, Básico e Consumo.
SETOR DE ENERGIA
O Setor de Energia performou em alta atingindo 2,35% na semana 28, porém houve uma queda em relação a semana 27 com 3,66%. Todas as ações do setor apresentaram desempenho positivo e situações favoráveis, destacamos a CPLE6(4,41%), EQTL3 (4,14%) e CMIG4(3,18%), como as maiores altas. Nesta semana todas as empresas das cinco selecionadas pela equipe responsável do setor de energia obtiveram resultados positivos: Trams Paulista (TRPL4) com 0,44%, Cemig (CMIG4) com 3,18%, Engie (EGIE3) com 1,57%, Taesa (TAEE11) com 1,35% e CPFL Energia (CPFE3) com 1,90%. Mais uma semana de alta do setor, com as mesmas empresas em altas em relação a semana anterior, recuperando a baixa anual que vinha apresentando e se consolidando como o setor de melhor desempenho.
Nas notícias relevantes desta semana, temos: O ministro de minas e energia do Brasil voltou a pautar a Cemig sendo federalizada, que seria como parte de uma estratégia que o governo de Minas Gerais deveria adotar para quitar suas dívidas com a união, que estão por volta de 160 bilhões, porém mesmo com essas notícias que acarretam em pessimismo do mercado, a companhia teve uma alta expressiva. Além disso, as notícias sobre a privatização da Sabesp, a equatorial como a principal compradora, estiveram ainda presentes e a empresa apresentou portanto mais uma semana entre os maiores retornos. Por fim, a Copel, conclui a venda de sua transmissão de gás, com objetivo de concentrar seu foco e sua receita na energia.
No acumulado anual, as cinco empresas selecionadas pela equipe responsável do setor, seguindo os princípios do "Investidor Inteligente" de Benjamin Graham, apresentam os seguintes desempenhos: TRPL4 (1,55%), CMIG4 (17,44%), EGIE3 0,09%), TAEE11 (-9,85%) e CPFE3 (-13,43%).
No recorte anual, podemos citar o começo desacelerado do setor, algumas empresas específicas sofreram com especulações de queda dos dividendos, a Taesa e a Isa Cteep, os rumores da Taesa foram mais relevantes, visto que, mudou sua política de distribuição de dividendos. Já a Isa Cteep, a leva de grandes investimentos preocupou os acionistas no começo do ano, porém, ela se recuperou e vem apresentando um bom resultado. A Cemig passou o ano de 2023 com um debate entre federalização e privatização, no ano presente, esses rumores foram cessados, e a empresa não passara a princípio por nenhuma dessas mudanças, o que tranquilizou o mercado, gerou uma grande alta. Além disso, a catástrofe que passou o estado do rio grande do Sul, impactou fortemente a CPFL, que está bastante presente naquela região. Com tudo isto, ainda sim, por se tratar de um setor perene e que detêm a confiança dos investidores, o qual é procurado no momento de oscilação da bolsa, está com bons resultados comparado aos demais setores.
SETOR IMOBILIÁRIO
O Setor Imobiliário teve um rendimento de 1,76% na semana 28, superando o benchmark (Ibovespa). A maioria das companhias do setor apresentaram retorno positivo, exceto Allos e Iguatemi (-0,55%). Analisando as cinco empresas escolhidas pela equipe responsável do setor imobiliário, nota-se os seguintes desempenhos semanais: Cyrela (CYRE3) com 2,80%, Allos (ALOS3) com -1,35%, CCR (CCRO3) com 5,27%, Multiplan (MULT3) com 0,54% e EZ TEC (EZTC3) com 4,47%.
A Eztec apurou vendas líquidas de 508,1 milhões de reais no segundo trimestre, crescimento de 21,2% na comparação com o mesmo período do ano anterior, conforme prévia operacional da companhia divulgada nesta sexta-feira. Em termos brutos, as vendas subiram 14,3% ano a ano, para 556 milhões de reais. A incorporadora lançou dois empreendimentos no trimestre encerrado em junho, somando um valor geral de vendas de 188,3 milhões de reais, recuo de cerca de 60% versus o mesmo período do ano anterior, conforme a revista eletrônica Reuters.
As vendas da Cyrela, excluindo unidades permutadas, recuaram 6% no segundo trimestre na comparação com o mesmo período do ano passado, para 1,71 bilhão de reais. As vendas líquidas contratadas, com permuta, caíram 5% na mesma comparação, para 2,37 bilhões de reais, conforme prévia operacional divulgada pela construtora nesta quinta-feira. O valor geral de vendas dos lançamentos, por sua vez, recuou 59% nos três meses encerrados em junho na base anual, para 1,04 bilhão de reais, em base que exclui permuta. Incluindo unidades permutadas, o valor geral de vendas lançado somou 1,46 bilhão de reais, queda de 58% ano a ano. O número de lançamentos também diminuiu, de 17 nos meses de abril a junho de 2023 para 9 no segundo trimestre deste ano, conforme a revista eletrônica Reuters.
SETOR DE TRANSPORTES E TELECOMUNICAÇÕES
O Setor de Transporte e Telecom apresentou resultado semanal positivo de 3,80% superando o benchmark (Ibovespa). Todas das empresas do setor obtiveram retorno semanal positivo. Fazendo uma análise das cinco empresas escolhidas pela equipe responsável do setor de transporte e telecom, estas apresentam os seguintes retornos semanais: RUMO (RAIL3) com 3,95%, Vivo (VIVT3) com 2,22%, Totvs (TOTS3) com 2,31%, Weg (WEGE3) com 4,41% e a Localiza (RENT3) com 3,45%.
Portugal negocia com a Embraer a compra do Super Tucano. A Embraer produzirá os aviões Super Tucano de acordo com os padrões da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), sendo esta a primeira versão a incluir esses sistemas e padrões. A construção será realizada em colaboração com a empresa portuguesa Oficinas Gerais de Material Aeronáutico (OGMA), além do envolvimento de outras empresas e centros tecnológicos portugueses, como o Centro de Engenharia e Desenvolvimento de Produto, Empordef Tecnologias de Informação (ETI) e GMV. Esse esforço conjunto busca fomentar a capacidade tecnológica e industrial de Portugal no setor da aviação militar, já beneficiado por importantes investimentos da Embraer. O A-29 Super Tucano é um avião mono turboélice de ataque leve e treinamento avançado, equipado com um motor Pratt & Whitney PT6A-68C, que proporciona uma potência de 1.600 shp.
A Eve Air Mobility (NYSE: EVEX; EVEXW), fabricante de aeronaves elétricas de decolagem e pouso vertical (eVTOL) e fornecedora de serviços para mobilidade aérea urbana, anunciou um novo investimento de US$ 94 milhões de diversos investidores, incluindo Embraer e Nidec. O financiamento, proveniente da emissão de novas ações e opções de subscrição, será usado para continuar o desenvolvimento e a fabricação dos eVTOLs da empresa. o investimento na Eve pode fortalecer a posição da Embraer no mercado de aviação, diversificar suas ofertas, impulsionar a inovação e melhorar suas perspectivas financeiras a longo prazo.
No acumulado anual até a semana 28, as cinco empresas escolhidas pela a equipe apresenta os seguintes desempenhos: RAIL3 (-2,61%), VIVT3 (-11,21%), TOTS3 (-10,42%), WEGE3 (19,34%) e RENT3 (-28,71%). Até a presente semana, apenas a Weg e Embraer apresenta retorno positivo no ano.
SETOR BÁSICO
O Setor Básico também fechou a semana com um bom desempenho, registrando uma alta de 0,76% (abaixo da semana passada com 2,64%). Quase todas as companhias do setor apresentaram retorno positivo. Analisando de forma mais específica as cinco empresas escolhidas pela equipe responsável do setor básico, apenas a Vibra e Gerdau Metalúrgica apresentou retorno positivo na semana 28. O desempenho semanal das top 5 do setor básico foi o seguinte: Suzano (SUZB3) com -3,18%, Vibra (VBBR3) com 4,03%, Klabin (KLBN11) com -0,05%, CSN Mineração (CMIN3) com -1,66% e Gerdau Metalúrgica (GOAU4) com 0,66%.
Antes da aquisição da Lenzing, havia especulações, do valor de compra, de que a Suzano compraria a International Paper (IP) por US$ 15 bilhões, o que fez suas ações caírem 18%. Com a compra da Lenzing, um dos maiores produtores de viscose fora da China com forte presença na Ásia-Pacífico, os investidores veem uma menor probabilidade de a Suzano pagar a mais pela IP. A aquisição fortalece a posição global da Suzano e traz sinergias, combinando sua liderança na produção de celulose com a expertise da Lenzing em fibras celulósicas para têxteis. Esta aquisição estratégica pode beneficiar significativamente ambas as empresas.
De acordo com as fontes, a Vibra, em conjunto com a Ipiranga, está pronta para ingressar com ações judiciais contra a obrigatoriedade de compra de Créditos de Descarbonização (CBios), parte do programa RenovaBio. A judicialização pode indicar conflitos regulatórios e custos adicionais para a empresa e a pressão legal pode afetar negativamente a percepção do mercado sobre a Vibra, resultando em instabilidade e desafios operacionais. A desvalorização dos CBios também pode impactar o mercado de biocombustíveis, complicando ainda mais o cenário. A longo prazo, a disposição da Vibra em questionar o RenovaBio pode ter implicações mistas. Se a empresa vencer na justiça, pode reduzir custos regulatórios e melhorar a lucratividade. No entanto, um conflito prolongado pode afetar sua reputação e relações com reguladores e stakeholders. Além disso, a resistência a políticas ambientais pode ser mal vista por investidores preocupados com ESG (ambiental, social e governança), potencialmente prejudicando o valor das ações da empresa.
No acumulado anual até a semana 28, as companhias escolhidas pela equipe responsável pelo setor básico apresentam os seguintes resultados: Suzano (SUZB3) com -4,71%, Vibra (VBBR3) com 1,05%, Klabin (KLBN11) com 3,42%, CSN Mineração (CMIN3) com -31,80% e Gerdau Metalúrgica (GOAU4) com -1,84%, até o momento só a Klabin e Vibra estão com rendimento positivo.
SETOR DE CONSUMO
O Setor de Consumo obteve um retorno semanal positivo de 1,36% na semana 28. O setor todo apresentou a maioria dos resultados positivos, com exceção das ações do São Martinho, BR foods, Casas Bahia, Hypera, Alpargatas, Marfrig Global Foods SA, Assai e Minerva. Analisando as ações escolhidas pelos responsáveis do setor de consumo, percebe-se que estas obtiveram os seguintes retornos semanais: SLC Agrícola (SLCE3) com 1,91%, Fleury (FLRY3) com 3,65%, Hypera (HYPE3) com -0,55%, Minerva (BEEF3) com -0,44% e Arezzo (ARZZ3) com 2,12%.
O Conselho de Administração da Arezzo (ARZZ3) aprovou a distribuição de dividendos intermediários no valor total de R$ 60 milhões. Por ação, o valor será de R$ 0,54074303176, desconsideradas as ações em tesouraria. A informação foi divulgada na sexta-feira, 5, via comunicado ao mercado.
As ações da Magazine Luiza (MGLU3) destaca-se no e-commerce com elevação de recomendação pelo Banco Safra com a indicação de um potencial de crescimento considerável no competitivo setor de e-commerce. Essas movimentações sugerem um cenário em que o Magazine Luiza vem ganhando cada vez mais espaço e confiança entre analistas e investidores. As estratégias adotadas pela companhia, voltadas para a geração de caixa e otimização de margens, parecem estar no caminho certo para um desempenho financeiro sólido e sustentável no futuro.
Com relação a LREN3, na terça-feira, 9 de julho de 2024, a pagou Juros sobre Capital Próprio (JCP) no valor total de R$ 149 milhões. O valor por ação pago pela empresa corresponde a R$ 0,1559. Todos os investidores com posições acionarias junto à Renner até 25 de junho deste ano têm direito aos proventos.
No acumulado anual até a semana 28, as empresas selecionadas do setor apresentaram os seguintes resultados: SLCE3 (1,81%), FLRY3 (-13,41%), HYPE3 (-19,47%), BEEF3 (-8,57%) e ARZZ3 (-16,47%). Até o momento, todas as companhias selecionadas apresentam desempenho anual negativo.
IBOVESPA
O Ibovespa além de fechar a semana no campo positivo (1,60%), teve performance também no mês de junho, ou seja, fechou com 3,54% de alta, o resultado anual do Ibovespa foi de -4,39% apesar de estar reduzindo o campo negativo do Ibovespa, registra-se a insatisfação dos investidores em bolsa com relação a performance anual, sobretudo, comparado com outras bolsa do mundo.
Ressaltasse, no fechamento dos primeiros 6 meses de operação em bolsa, os resultados obtidos pela carteira da Sala de Ações de 2024. A estratégia "Benjamin Graham", em seu modelo tradicional, apresentou performance de 6,69% no primeiro semestre. Lembrando que os critérios de escolha das ações que representa a TOP5 partiu-se das empresas listada no ibovespa de primeiro quadriênio (jan-abr) e cotada a partir de 28.12.2023. Assim, o exercício de escolha dos ativos, puramente acadêmicos, seguiu o processo de diversificação (2 empresas para cada setor destacado na sala de ações) e depois, o filtro de 5 empresas, ou seja, a carteira TOP5. Salienta-se também, o resultado dos títulos com rendimento CDI no ano de 2026, ou seja, 10,40%.
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