Uma das metas da Sala Benjamin Graham é analisar o desempenho das empresas pela ótica da análise fundamentalista das empresas listadas na B3 realizando estudos e monitoramento detalhados e, realizando avaliações semanais alinhadas aos princípios do Prof. Benjamin Graham em seu livro o Investidor Inteligente. Além disso, a célula visa analisar a relação entre as notícias relacionadas às empresas e ao setor em comparação com o desempenho dos ativos e as flutuações no volume de negociações. Pelo monitoramento entendemos a importância de comparar as rentabilidades dos diferentes setores integrantes do índice com o próprio benchmark (índice Ibovespa). Essa análise é segmentada em cinco setores distintos: Energia, Imobiliário, Transporte e Telecom, Básico e Consumo.
O Ibovespa encontra-se, nesta semana 19, novamente em queda, obtendo um retorno semanal negativo de -0,25%. Já ao analisarmos o mês de maio de 2024, o Ibovespa apresenta uma alta mensal de 1,80%; no total acumulado há uma queda em relação ao dia 29/12/23, com um performance negativa de -4,47%. A baixa semanal é atribuída a nova decisão do Copom (Comitê de Política Monetária), do Banco Central, que decidiu cortar a taxa Selic em 0,25 ponto percentual, a 10,50% ao ano. Nesta semana 19, também foi divulgado o índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) referente ao mês de abril. O principal índice que acompanha a inflação no Brasil revelou um aumento de 0,38% durante o período. É válido também ressaltar que nesta semana, diversas companhias anunciaram seus resultados do 1T24, o que sugere um impacto discreto no desempenho da bolsa.
O Setor de Energia apresenta retorno negativo de -1,92% na semana, não superando o benchmark (Ibovespa). No recorte semanal destacamos a Engie (EGIE3) que apresentou um retorno de 2,65% no período, resultado possivelmente impulsionado pelo anúncio do pagamento de R$994 milhões em dividendos para investidores posicionados até 6 de maio, além disso, a empresa registrou um lucro no primeiro trimestre no valor de R$1,68 bilhão, resultado 91% maior que o obtido no mesmo período do ano passado. O destaque negativo é a Taesa (TAEE11), que apresentou queda de 4,76%, embora a empresa tenha divulgado pagamento de juros sobre capital próprio no valor de R$ 144,9 milhões, a divulgação da nova política de dividendos da empresa pode ser a razão do mau resultado, visto que o pagamento de dividendos agora será atrelado ao resultado regulatório.
O Setor Imobiliário registrou um retorno negativo de -2,40%. O anúncio dos balanços trimestrais por várias empresas desencadeou uma volatilidade nos preços do setor, que havia começado a se recuperar de perdas anteriores com resultados positivos, mas voltou a cair devido às incertezas do mercado em decorrência da situação atual do país. A única exceção foi a construtora MRV (MRVE3), que registrou um retorno positivo de 2,09%. Esse movimento foi impulsionado pelo balanço do primeiro trimestre de 2024 divulgado pela empresa, que reverteu o prejuízo do mesmo período do ano anterior e apresentou lucros expressivos de R$ 54 milhões. Isso manteve as ações da MRV em território positivo, enquanto as outras empresas do setor enfrentavam quedas.
O Setor de Transporte e Telecomunicação registrou baixa na semana 19, o setor apresentou um desempenho negativo de -1,30%. A Tim (TIMS3) e a CVC (CVCB3) apresentaram os piores retornos do setor, com -9,30% e -5,02% respectivamente. A CVC (CVCB3) apresentou seus resultados do 1T24 nesta semana, embora a companhia tenha diminuído em 73,1% seu prejuízo, ela não conseguiu sair do vermelho no primeiro trimestre do ano. O destaque foi a Vamos (VAMO3), que teve um retorno de 8,29%. Em seguida, a LocaWeb (LWSA3) obteve um aumento de 2,60% após a divulgação dos resultados do primeiro trimestre de 2024. Comparado ao mesmo período do ano anterior, a LocaWeb registrou um crescimento significativo de 279% no lucro líquido, totalizando 24,5 milhões.
O Setor Básico encontra-se na semana (19) em baixa de -2,08%, esta desvalorização pode ser relacionada com a divulgação dos resultados do 1T24 da companhia Braskem (BRKM5), que reportou um prejuízo líquido de 1,39 bilhão no primeiro trimestre de 2024, assim ficando com um retorno semanal de -16,36%. O mal desempenho da multinacional Suzano (SUZB3), que ficou com retorno semanal de -10,93%, também é justificado pela divulgação dos resultados do primeiro trimestre deste ano. Embora a companhia tenha apresentado lucro líquido de 220 milhões de reais neste primeiro trimestre, em comparação com o mesmo período do ano passado, este valor apresenta uma queda de 96%. Estas duas empresas apresentaram as maiores quedas de todo Ibovespa na semana 19, e acabou impulsionando o setor básico para este resultado. Como destaque positivo, a Klabin apresentou resultado de 2,22% e pode ser associada pelo pagamento de dividendos que o conselho de administração da empresa aprovou.
O Setor de Consumo continua sendo o único dentre os setores a superar o benchmark, com retorno positivo de 0,34%. Como destaque do setor temos a rede de saúde Rede D´Or São Luiz (RDOR3) com retorno semanal de 12,86% o retorno pode ser justificado com a notícia que a companhia (Rede D´Or) e a Atlântica, da Bradesco seguros, anunciaram a criação de uma nova rede de hospitais, notícia essa que foi bastante bem recebida pelo mercado. A BR Foods (BRFS3) apresentou retorno semanal de 13,10%, resultado possivelmente impulsionado pela recomendação de compra da ação, feita pelo banco JP Morgan. Por outro lado, a varejista Casas Bahia (BHIA3) obteve um retorno semanal negativo de -10,44%, o resultado se deu após a empresa divulgar seus resultados do 1T24 e reportar prejuízo líquido de R$ 261 milhões no primeiro trimestre de 2024, embora tenha tido uma melhora de 12,2% em relação ao mesmo período do ano passado, os resultados não foram o suficiente para movimentar as recomendações.
A semana 19 contempla os dias entre 6 e 10 de maio de 2024
Cecília Santos - Assessora Acadêmica da Sala de Ações
Prof. Dr. Sinézio Fernandes Maia - Coordenador da Sala de Ações
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